ATA DA OCTOGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 26-10-2006.
Aos vinte e seis dias do mês de outubro do ano de
dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Comassetto, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Dr. Raul, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João
Carlos Nedel, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro e Raul Carrion. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Mario Fraga, Maristela Maffei, Paulo Odone, Professor Garcia, Sofia Cavedon e
Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Pedido
de Informação nº 232/06 (Processo nº 5086/06); pelo Vereador Almerindo Filho,
os Pedidos de Providência nos 1877 e 1878/06 (Processos nos
5095 e 5096/06, respectivamente); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os
Pedidos de Providência nos 1886 e 1887/06 (Processos nos
5108 e 5109/06, respectivamente); pelo Vereador Dr. Goulart, juntamente com o
Vereador Paulo Odone, o Projeto de Resolução nº 014/05 (Processo nº 0073/05);
pelo Vereador Haroldo de Souza, o Pedido de Providência nº 1889/06 (Processo nº
5126/06); pelo Vereador Ibsen Pinheiro, o Projeto de Lei do Legislativo nº
215/06 (Processo nº 5029/06); pelo Vereador João Antonio Dib, o Pedido de
Providência nº 1890/06 (Processo nº 5138/06); pelo Vereador João Carlos Nedel,
os Pedidos de Providência nos 1879, 1880, 1881, 1882, 1883, 1884,
1885 e 1888/06 (Processos nos 5101, 5102, 5103, 5104, 5105, 5106,
5107 e 5125/06, respectivamente) e o Pedido de Informação nº 233/06 (Processo
nº 5129/06); pelo Vereador Nereu D'Avila, o Pedido de Informação nº 234/06 (Processo
nº 5136/06). Também, foi apregoado o Ofício nº 963/06, de autoria do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 010/06 (Processo nº 5047/06). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios
nos 011/06, do Vereador Professor Garcia, Presidente da Comissão
Especial instituída neste Legislativo para discutir e analisar a eleição do
Conselho Tutelar; 10886200, 10886201, 10886202, 10886203, 10935786 e
10940779/06, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir,
constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento
verbal formulado pelo Vereador João Antonio Dib, solicitando alteração na ordem
dos trabalhos da presente Sessão. Em continuidade, foi iniciado o período de
COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do octogésimo aniversário
do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul – IARGS –, nos termos do
Requerimento nº 136/06 (Processo nº 4960/06), de autoria do Vereador João
Antonio Dib. Compuseram a Mesa: o Vereador Ibsen Pinheiro, na ocasião
presidindo os trabalhos, e o Senhor Aldo Leão Ferreira, Presidente do Instituto
dos Advogados do Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio
Dib homenageou o Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul pelo seu
octogésimo aniversário, enaltecendo a competência da direção dessa entidade e
sublinhando a relevância desses profissionais para o desenvolvimento da
sociedade contemporânea. Em relação ao assunto, historiou a participação de
advogados em passagens cruciais da História Brasileira, especialmente na
elaboração das Assembléias Constituintes. O Vereador Nereu D'Avila parabenizou
o Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul pelo transcurso do octogésimo aniversário
de sua fundação, salientando que poucas instituições alcançam esse tempo de
vida. Nesse sentido, afirmou que a entidade homenageada honra a tradição do Estado
na busca pela justiça, elogiando o auxílio prestado pelo IARGS à realização de
estudos jurídicos e sua contribuição na interpretação da Constituição
Brasileira. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Aldo Leão
Ferreira, que, em nome do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul,
agradeceu a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre.
Ainda, o Senhor Presidente convidou a Senhora Maria Dinair Acosta Gonçalves,
Diretora do Departamento de Direito da Criança e do Adolescente do IARGS, para
proceder à entrega de lembrança alusiva à presente solenidade ao Senhor Aldo
Leão Ferreira. Às quatorze horas e quarenta e nove minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta
minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Raul Carrion destacou a concessão de anistia a funcionários da Empresa de
Correios e Telégrafos, exonerados por realizarem greve no ano de mil novecentos
e noventa e sete. Ainda, apoiou decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que
proibiu a divulgação e distribuição de adesivo preconceituoso relativo ao
Presidente da República. Finalizando, parabenizou a Jornalista Beatriz Fagundes
pela matéria “A Verdade sobre a Ford”, publicada no jornal O Sul. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães chamou a atenção para a necessidade de
repúdio, pela população, de qualquer forma de preconceito, salientando a
tradição do Rio Grande do Sul de lutar contra esse tipo de manifestação. Sobre
o assunto, rechaçou a discriminação de políticos pelo fato de serem nascidos em
outros Estados, argumentando que esse comportamento não é condizente com as
características do povo gaúcho. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Sofia
Cavedon aprovou decisão judicial que suspende concorrência pública da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre para contratação de serviços de declaração
eletrônica do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN. Nesse
contexto, afirmou que esse processo teria custo demasiado alto para os cofres
públicos, infringiria a inviolabilidade fiscal de pessoas físicas e jurídicas e
desvalorizaria o quadro de funcionários da Secretaria Municipal da Fazenda. Em
COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maristela Maffei comentou as notícias relativas ao
crescimento da Companhia Vale do Rio Doce, criticando o ex-Presidente da
República Fernando Henrique Cardoso pela privatização dessa empresa no ano de
mil novecentos e noventa e sete. Nesse sentido, corroborou a posição adotada
pelo atual Governo Federal em relação a esse assunto, elogiando as políticas
públicas do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à frente da Presidência da
República. O Vereador João Carlos Nedel discutiu os motivos pelos quais a Ford
não instalou uma montadora de veículos no Rio Grande do Sul e apoiou a
privatização da Companhia Vale do Rio Doce, alegando que essa empresa só
cresceu porque recebeu grandes investimentos nos últimos anos. Ainda, teceu
comentários acerca dos planos de construção do Teatro da Fundação Orquestra
Sinfônica de Porto Alegre, de revitalização do Cais do Porto e de implementação
de “camelódromo” no Centro da Cidade. O Vereador Professor Garcia, em tempo
cedido pelo Vereador Paulo Odone, aludiu à qualidade de ensino do Colégio Tiradentes,
de Porto Alegre, alegando que essa instituição esteve ameaçada de fechamento
durante o Governo do Partido dos Trabalhadores no Estado. Ainda, saudou o
progresso conquistado pelo Município de Gravataí, especialmente no aumento da arrecadação
de tributos e nas vagas de emprego, em função da instalação da montadora de
automóveis da General Motors naquela cidade. O Vereador Professor Garcia, dando
continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, criticou a majoração nas
tarifas dos pedágios das estradas federais e os índices de reajuste nas
passagens do Trensurb nos últimos quatro anos. Além disso, realçou o empenho do
atual Governo Municipal para entregar no prazo o conjunto habitacional Princesa
Isabel e informou sua participação no Almoço dos Ilheiros, no Grêmio Náutico
União, e na posse do Sindicato dos Árbitros do Rio Grande do Sul. A seguir, por
solicitação do Vereador João Carlos Nedel, foi realizado um minuto de silêncio
em homenagem póstuma à jovem Winie Priscila Nedel, estudante, falecida ontem.
Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº 217/06, firmado pelo Vereador Dr. Goulart,
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência
informa a Representação Externa do Vereador Carlos Todeschini na cerimônia de
assinatura do Programa Crédito Solidário para moradores do residencial Vivendas
de São Tomé, hoje, às 15 horas na Agência Central da Caixa Econômica Federal,
em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Claudio Sebenelo criticou
a gestão do Partido dos Trabalhadores no Governo do Rio Grande do Sul, alegando
que essa gestão teria promovido o desemprego no Estado, por ter sido
“ineficiente, anti-desenvolvimentista e defensora de um nacionalismo xenófobo”.
Nesse contexto, teceu críticas ao atual Governo Federal pelo Programa Nacional
de Estímulo ao Primeiro Emprego, cujo resultado, segundo Sua Excelência, não
seria satisfatório. A Vereadora Maristela Maffei apoiou a administração
anterior do Governo Estadual, exercida pelo Partido dos Trabalhadores, no que
se refere às negociações com a montadora de automóveis da Ford, aludindo a
despesas que esta empresa teria gerado ao Governo Estadual. Também, apontou a
situação precária dos funcionários da General Motors, afirmando que a
instalação dessa empresa no Rio Grande do Sul não resolveu o problema do
desemprego na Região Metropolitana. O Vereador Dr. Goulart noticiou que a
Farmácia Estadual de Medicação Especial não está recebendo da empresa
farmacêutica Janssen-Cilag o medicamento chamado Prograf, que combate a
rejeição de órgãos transplantados, citando o caso de uma menina que realizou
transplante pulmonar bilateral e não consegue custear o tratamento. A esse
respeito, afirmou ter consultado a Secretaria Estadual da Saúde, denunciando a
falta de pagamento desse remédio por parte do Governo do Estado. Em TEMPO DE
PRESIDENTE, o Vereador Dr. Goulart, dando continuidade ao seu pronunciamento em
Comunicação de Líder, discorreu sobre interesses comerciais envolvidos na distribuição
de medicamentos importados, solicitando a intervenção da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária nessa questão. Também, referiu-se ao roubo de
vales-transporte ocorrido neste Legislativo na manhã de ontem, discutindo as
medidas necessárias para o aprimoramento da segurança desta Casa. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se acerca da
carência de medicamentos verificada na Farmácia Estadual de Medicação Especial.
Também, enfatizou a importância de políticas públicas direcionadas à geração de
emprego e renda, afirmando que a falta de recursos hoje enfrentada pelo Governo
Estadual é decorrente de equívocos de gestão que, segundo Sua Excelência, foram
cometidos pelo ex-Governador Olívio Dutra. O Vereador José Ismael Heinen defendeu
maior controle no acesso aos espaços deste Legislativo, como medida para
garantir segurança aos que transitam por esta Casa. Ainda, criticou o Governo
Federal, avaliando questões atinentes ao sistema tributário, em especial quanto
à forma de distribuição de verbas públicas aos Municípios e Estados, e,
finalizando, propugnou pelo resgate, pelo povo brasileiro, da esperança, da
dignidade e da solidariedade, a fim de que se atinja o bem comum. Após, o
Vereador Dr. Goulart informou que o Laboratório Jansen-Cilag já liberou a
medicação indicada para o tratamento da paciente citada por Sua Excelência
quando de seu pronunciamento em Comunicação de Líder, e que a Secretaria
Estadual da Saúde já está encaminhando o pagamento relativo à compra dessa
medicação. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães analisou o
processo de transferência da montadora de automóveis da Ford do Rio Grande do
Sul para o Estado da Bahia, contestando a forma como esse assunto foi tratado
pelo ex-Governador Olívio Dutra. Ainda, discorreu sobre as eleições nacionais
do dia vinte e nove deste mês, frisando a importância desse pleito na definição
dos rumos políticos, econômicos e sociais a serem seguidos pelo Brasil. A
Vereadora Clênia Maranhão examinou o projeto Portais da Cidade, elaborado pelo
Governo Municipal, que altera o sistema de transporte público, asseverando que
essa proposta representa um novo conceito de mobilidade urbana, propiciando
melhores serviços aos usuários e uma efetiva recuperação da zona central de
Porto Alegre. Finalizando, registrou que o Secretário Luís Afonso Senna
solicitou um
período de comparecimento para explicitar a referida proposta neste
Legislativo. O Vereador Dr. Raul, citando o roubo ocorrido ontem nesta Casa,
atentou para a necessidade de medidas preventivas para que tais fatos não se
repitam e não se coloque em risco os funcionários e o patrimônio da Câmara
Municipal de Porto Alegre. Também, referiu-se à falta de medicamentos para
distribuição à população carente e agradeceu os votos recebidos nas eleições
nacionais do dia três de outubro do corrente, parabenizando os Vereadores que
alcançaram mandato nesse pleito. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Adeli Sell
frisou a importância de mais fiscalização e vontade política para que seja combatida
a pirataria e a venda de produtos roubados, ressaltando que a facilidade de
comércio desses produtos representa incentivo à criminalidade e à violência.
Ainda, criticou a gestão realizada pelo Prefeito José Fogaça, principalmente
nas áreas da saúde, saneamento e segurança urbana, e avaliou o projeto Portais
da Cidade, elaborado pelo Governo Municipal. O Vereador Claudio Sebenelo
registrou que a área conhecida como “Quilombo Urbano dos Silva”, na Avenida Nilo
Peçanha, ainda não foi oficializada, apesar de promessas feitas pelo Governo Federal
no ano passado. Além disso, reportou-se a problemas vivenciados pela população
na busca por atendimento médico, solicitando mais recursos federais para essa
área e declarando que defasagens na tabela de valores do Sistema Único de Saúde
estão acarretando o fechamento de instituições hospitalares. Em PAUTA ESPECIAL,
Discussão Preliminar, 3ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº
046/06, discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel, Adeli Sell, João Antonio
Dib e pela Vereadora Clênia Maranhão. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/06,
discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Clênia Maranhão, Ervino Besson e
José Ismael Heinen, os Projetos de Lei do Legislativo nos 209 e
169/06, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Ervino Besson e José
Ismael Heinen, 117/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Claudio
Sebenelo, e 208/06, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei
do Executivo nº 047/06; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
122 e 206/06, o Projeto de Lei do Executivo nº 045/06; em 3ª Sessão, o Projeto
de Lei Complementar do Legislativo nº 023/06. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Valdir Caetano classificou como equivocadas as propagandas políticas
divulgadas pelo Partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul, com referência
ao processo de escolha do novo Governador do Estado. Nesse sentido, afirmou que
o povo gaúcho não compartilha de preconceitos quanto à região de origem dos
candidatos, mas fará sua opção tendo como objetivo a viabilização de um bom
governo, voltado à real melhoria de vida da população. Às dezessete horas e
quarenta e oito minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart, Luiz Braz, João Antonio Dib e
Ibsen Pinheiro, os dois últimos nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelos
Vereadores Haroldo de Souza e Nereu D'Avila, este como Secretário “ad hoc”. Do
que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a antecipação
do período das Comunicações para que possamos homenagear o Instituto dos
Advogados do Rio Grande do Sul, pelo seu 80º aniversário.
O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos
às
Hoje,
o período das Comunicações é destinado a assinalar o transcurso do 80º
aniversário do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul, nos termos do
Requerimento nº 136/06, de autoria do Ver. João Antonio Dib. Contamos com a
presença do Presidente do IARGS, Sr. Aldo Leão Ferreira, a quem convidamos para
compor a Mesa.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra, como proponente da homenagem.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, meu caro Dr. Aldo Leão Ferreira, Presidente do Instituto dos
Advogados do Rio Grande do Sul; caríssima Drª Maria Dinair, Vice-Presidente do
IARGS.
Nós
estamos reunidos, na tarde de hoje, para homenagear os 29.220 dias do Instituto
dos Advogados do Rio Grande do Sul; vale dizer, os seus 80 anos.
A
Carta Magna registra no art. 133 que “o advogado é indispensável à
administração da Justiça”. O profissional de Direito, ao lado dos membros do
Poder Judiciário, é essencial à distribuição da justiça aos cidadãos, no
território brasileiro.
Por
isso, na data em que se comemora o octogésimo aniversário do Instituto dos
Advogados do Rio Grande do Sul, não poderia o Legislativo Municipal de Porto
Alegre ficar silente, omitir-se das justas homenagens de que é merecedor o
IARGS.
Permito-me,
ao ensejo, fazer uma digressão sobre o exercício da advocacia em nossa Pátria.
Por mais de 300 anos, os advogados brasileiros eram formados na Europa,
principalmente em Portugal, na famosa Universidade de Coimbra, uma das mais
antigas do mundo, criada em 1210.
Com
a proclamação da independência, em 1822, logo após foi eleita a Assembléia
Constituinte para a primeira Constituição Brasileira; a monárquica de 1824.
Nela destacou-se um gaúcho, o deputado constituinte José Feliciano Fernandes
Pinheiro - que mais tarde se tornou Visconde de São Leopoldo - e notabilizou-se
com a emenda de criação dos Cursos Jurídicos no Brasil, materializada em Lei
datada de 11 de agosto de 1827, com a previsão de Faculdades de Direito em
Olinda e São Paulo.
Não tardou muito para que os advogados procurassem
se agrupar em um órgão que tratasse dos interesses da classe. Com efeito, o
Governo Imperial aprovou, pelo Aviso de 7 de agosto de 1843, a criação de um
instituto cujo objetivo era “organizar a Ordem dos Advogados, em proveito geral
da ciência da jurisprudência”.
A
eleição da primeira diretoria do Instituto dos Advogados Brasileiros deu-se em
21 de agosto de 1843, sendo eleito presidente o advogado Francisco Gê Acayaba
de Montezuma, que tomou posse no salão nobre do externato do Colégio Pedro II,
no Rio de Janeiro, em data de 7 de setembro de 1843.
O
IAB, Instituto dos Advogados do Brasil, continuou prestando relevantes serviços
à cultura jurídica nacional e congregando todos os advogados brasileiros.
Como
se sabe, antes de 1930 foi formada a Aliança Liberal, facção partidária
integrada por parcela da oligarquia regional, mais um grupo de oficiais
descontentes egressos do movimento tenentismo, também por intelectuais
liberais, e acrescida por uma elite processada sobre grandes rupturas da época.
Dentre esses grupos encontravam-se profissionais liberais e jovens políticos
que, unidos, articularam o golpe de Estado que resultou na Revolução de 1930.
Destacavam-se, entre outros moços idealistas, Getúlio Vargas, Oswaldo Aranha,
Flores da Cunha, Lindolfo Collor e Francisco Campos.
Dentro
desse contexto e, em sintonia com as aspirações de renovação e modernização do
País, foi firmado, em 18 de novembro de 1930, o Decreto nº 19.408, subscrito
por Getúlio Vargas, Presidente da República, e por Oswaldo Aranha, Ministro da
Justiça, criando a Ordem dos Advogados do Brasil - OAB.
A
criação da Ordem era uma das metas do Instituto dos Advogados Brasileiros, que
continuou prestando seus serviços de aprimoramento de classe dos advogados.
Poucos
anos antes, em 26 de outubro de 1926, havia sido fundado o Instituo dos
Advogados do Rio Grande do Sul.
Eu
recolhi da edição comemorativa dos 60 anos de fundação do IARGS o seguinte
texto histórico: “Áspera e difícil será a tarefa de manutenção e
desenvolvimento do Instituto. Venceremos as dificuldades?” - perguntou, ao
discursar na cerimônia de inauguração da entidade, seu primeiro presidente,
Leonardo Macedônia Franco e Souza, emérito advogado, professor insigne,
organizador e primeiro batonnier da Seção do Rio Grande do Sul da Ordem
dos Advogados do Brasil. “Sim - respondeu ele - as dificuldades serão
superadas, pois os sócios do Instituto sempre terão presente no espírito a
sentença que se contém nos magníficos versos do maior poeta da língua
portuguesa: ‘A disciplina militar prestante, não se aprende, Senhor, na
fantasia, sonhando, imaginando ou estudando, senão vendo, tratando e
pelejando’”.
Hoje,
quando comemoramos o transcurso dos 80 anos de fundação, afirmamos com
convicção que o Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul, para nosso
regozijo, manteve através de sucessivos presidentes, e mantém por meio do atual
presidente, Dr. Aldo Leão Ferreira (cujo pai, Arnaldo da Silva Ferreira, foi um
dos fundadores dessa Instituição de profissionais), com a inestimável colaboração
dos Pares de Diretoria, fidelidade à mensagem que foi deixada pelo primeiro
Presidente.
Ao
concluir esta homenagem, gostaria de me referir àquele que é considerado o
maior de todos os advogados brasileiros, Ruy Barbosa. Disse ele, em uma oração
de paraninfo: “Lei e liberdade são as tábuas da lei da vocação do advogado. Nelas se
encerra a síntese de todos os mandamentos. Não desertar a Justiça, nem
cortejá-la. Não lhe faltar com a fidelidade, nem lhe recusar o conselho. Não
transfugir da legalidade para a violência, nem trocar a ordem pela anarquia.
Não antepor os poderosos aos desvalidos, nem recusar o patrocínio a estes
contra aqueles. (...) Nas festas da liberdade e do povo, o lugar de honra
pertence inquestionavelmente à verdade”. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): O Ver. Nereu
D’Avila está com a palavra em Comunicações.
O SR. NEREU D’AVILA: Exmo.
Presidente, Ver. Ibsen Pinheiro, também Presidente da Comissão de Justiça;
Exmo. Sr. Presidente do Instituto dos Advogados do Brasil, Dr. Aldo Leão
Ferreira; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; senhores associados do
IARGS, que aqui nos honram com as suas presenças, senhoras e senhores,
parabenizo o nobre Ver. João Antonio Dib pela lembrança de que esta Casa homenageie
- como de fato está fazendo neste momento - os 80 anos do Instituto dos
Advogados do Brasil, Seção Rio Grande do Sul.
Realmente, oito décadas no exercício profícuo de
estudos referentes ao meio Jurídico, neste Estado, merece um destaque especial.
Nós, da Bancada do PDT, nos associamos a esta homenagem, porque, pari passu com
a OAB, o Instituto dos Advogados honra as tradições jurídicas deste Estado. Por
lá, nestas oito décadas, passaram dezenas e dezenas de ilustres personalidades
do mundo jurídico, cada vez mais aprofundando o estudo das Ciências Jurídicas
para aprimorar a sociedade através do conhecimento das leis, dos decretos, das
portarias, mas principalmente da Constituição Brasileira, a última das tantas
que já estiveram vigentes no País, algumas inclusive outorgadas, como a de
1824. Mas a última delas, a de 1988, foi considerada, até cognominada de
Constituição Cidadã, porque ampliou, por um lado, a margem de direitos dos
cidadãos e cidadãs brasileiras, e também referiu-lhes os seus deveres, que é
esta Constituição avançada para o mundo jurídico.
Portanto, Sr. Presidente, Ver. Ibsen Pinheiro - que
também é um ilustre advogado desta praça e inclusive Presidente da Comissão de
Justiça desta Câmara Municipal -, todos aqueles que lidam com o Direito sabem
da importância que tem o Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul na sua
trajetória, que hoje completa oito décadas.
Parabéns, Sr. Presidente, Aldo Leão Ferreira, que
aqui vem receber esta homenagem em nome do Instituto. Leve a todos os seus Pares
daquela casa magnífica, octogenária agora, a saudação do Poder Legislativo da
cidade de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Em nome da
Mesa Diretora; em nome, por delegação também, da Bancada do Partido Comunista
do Brasil; em nome da Bancada do Partido do Movimento Democrático Brasileiro;
em nome da Bancada do Partido Socialista Brasileiro; e suponho que, embora não
por expressa delegação, mas por tácito consentimento, em nome de toda a Casa,
considerando a significância da data e da história do Instituto dos Advogados,
Sr. Presidente, permita-me que registre a alegria desta Casa em poder fazer
este ato, singelo, mas de profundo significado. Especialmente quando se tem em
conta que o Instituto dos Advogados precedeu uma Instituição paraestatal, como
é a Ordem dos Advogados, com profundo papel no exercício do controle da
atividade advocatícia, mas não substituiu o papel excepcional que o Instituto
dos Advogados tem prestado, principalmente no aprimoramento cultural da
atividade de advogado.
Receba o Instituto, por isso, a homenagem do povo
de Porto Alegre, por aqueles que são aqui os seus representantes.
Oferecemos, agora, ao nosso homenageado, na pessoa
do seu Presidente, Dr. Aldo Leão Ferreira, a oportunidade de se manifestar.
O Sr. Aldo Leão Ferreira está com a palavra.
O SR. ALDO LEÃO FERREIRA:
Excelentíssimo Sr. Presidente, Ver. Ibsen Pinheiro; Sras Vereadoras
e Srs. Vereadores - não devo esquecer, obviamente, os dois Vereadores que já
falaram, o Ver. João Dib e o outro seu colega -, cumprimento a todos nesta
oportunidade.
A atividade do advogado já estava consagrada na
Constituição de Constantinopla de 496. Salientava-se a importância da atividade
advocatícia. E essa atividade foi sendo cada vez mais regulada, como bem já
falou o Ver. João Dib.
Corria, em 1926, a Lei Rivadávia, que dava
liberdade profissional oriunda da orientação positivista. Nós tínhamos, então,
os práticos licenciados, e, na área da advocacia, os rábulas. Todos, de uma
maneira ou de outra, bem contribuíram para o exercício desse mister.
Mas foi um advogado idealista, preocupado com a
situação de sua classe, que não tinha entre nós nenhum órgão representativo,
Arnaldo da Silva Ferreira - e eu tenho a honra de ser seu filho -, quem
batalhou e conseguiu implantar entre nós o Instituto dos Advogados, que
antecedeu à Ordem dos Advogados. O Instituto dos Advogados é de 1926, e a
Ordem, que é o órgão corporativo dos advogados, só surgiu por iniciativa do
próprio Instituto, em 1930, através da colaboração inestimável do Ministro
Oswaldo Aranha.
Ambos exercem funções distintas: enquanto a Ordem
cuida do problema corporativo, o Instituto cuida da questão cultural. E aí o
Instituto tem-se mantido, durante esses 80 anos, preocupado com a melhoria da
Legislação brasileira, preocupado com o aprimoramento do nosso Direito. E, para
tanto, tem realizado inúmeros eventos com essas finalidades. Ainda recentemente
nós tivemos, em Gramado, um Seminário Latino-Americano, patrocinado pelo
Instituto, sobre a Liberdade de Imprensa e da Publicidade.
Nós temos também nos dedicado ao exame das
legislações mais recentes. Aí tivemos o exame do Código de Defesa do
Consumidor, o exame do Estatuto da Criança e do Adolescente e do Estatuto do
Idoso; tudo têm-nos levado a reuniões de bases, etc. Aliás, na área da criança e do adolescente, nós propusemos ao Tribunal de Justiça a
criação de uma Vara Criminal Especial para cuidar dos delitos contra a criança
e o adolescente. Encontra-se presente, neste Plenário, a sua Vice-Presidente,
Dra. Maria Dinair, que é uma grande batalhadora por essa causa, que conta com a
participação do nosso Instituto.
E
assim o Instituto vai cuidando do aprimoramento da nossa Legislação. Aí estão
os debates sobre o novo Código Civil e as alterações do Código do Processo
Civil.
Mas
o Instituto pensa um pouco mais adiante. O Estado brasileiro deve sofrer
profundas reformas, tanto na área política como nas áreas tributárias,
previdenciárias e tantas outras em que se impõe uma atualização, uma
modernização para atender os reais objetivos do nosso Estado. E o Instituto dos
Advogados Brasileiros já se prepara para enfrentar essa batalha; será uma
batalha árdua a modificação legislativa para melhorar a situação do Estado
brasileiro. Aí temos essas reformas que se anunciam, mas que ainda,
infelizmente, não começaram; provavelmente, só a partir do ano que vem; o
Instituto estará presente.
Como
já bem esclareceu o Ver. João Antonio Dib, a Ordem dos Advogados Brasileiros
foi sugestão deste Instituto, e é mais nova, porque é de 1930, e nós somos de
1926.
Portanto,
a Ordem realiza um belo trabalho. Quantas e quantas vezes os senhores não vêem
a imprensa noticiar que a Ordem se pronuncia sobre tal ou qual assunto? A Ordem
não silencia; ela continua na batalha para o aprimoramento das nossas
instituições que carecem de reformas.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Presidente Ibsen Pinheiro, eu
solicitaria a V. Exª a autorização para
que a Drª Maria Dinair fizesse a entrega ao Presidente do IARGS da lembrança
que nós mandamos emoldurar ao ato que terminou neste momento.
O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): A Drª Dinair está convidada a proceder à
entrega.
(Procede-se
à entrega do Diploma.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Reiteramos a homenagem de toda a Casa ao
Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul, agradecendo ao seu Presidente e
companheiro de Direção pela presença neste ato. Suspenderemos brevemente os
trabalhos para as despedidas dos nossos convidados. Estão suspensos os
trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h49min.)
O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro – às
14h50min): Estão
reabertos os trabalhos. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo.
Sr. Presidente, Ver. Ibsen Pinheiro; demais Vereadores e Vereadoras, nossa
saudação também à representação do IARGS, homenageado com toda justiça pelo
Ver. João Dib. Em primeiro lugar, nós queríamos registrar aqui da tribuna desta
Casa, Verª Maristela Maffei, a nossa satisfação, o nosso júbilo pelo fato de o
Governo Federal haver assinado a anistia de 46 empregados dos Correios, que
haviam sido demitidos de forma arbitrária, injusta, pelo Governo Fernando
Henrique, por conta de uma greve realizada em 1997. Na verdade, o direito
sagrado de greve, assegurado na Constituição, foi, durante o Governo do
tucanato, inúmeras vezes pisoteado, e foram inúmeras as demissões. É
interessante dizer, Dr. Raul, que, além da greve dos Correios de 1997, que
enfrentou a truculência do tucanato, nós tivemos um antecedente, em 1995, da
greve dos petroleiros, Ver. Elói Guimarães, em que o Governo Fernando Henrique
chegou a ocupar as refinarias com tropas do Exército. Certamente não é para
isso que o povo brasileiro lutou, conquistou a democracia. Nós só podemos
saudar o Governo do Lula por haver anistiado esses funcionários dos Correios.
Em
segundo lugar, Ver. Brasinha, nós queríamos também nos congratular com o
Tribunal Superior Eleitoral, que proibiu a divulgação e a distribuição daquele
adesivo fascista que apresenta uma mão com quatro dedos - em referência ao fato
de o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, haver perdido um dedo
em um acidente numa máquina metalúrgica - e eles colocam um “x”, e dizem lá:
“Nunca mais!” O Tribunal Superior Eleitoral entendeu que é um adesivo
discriminatório, e eu confesso, Verª Maffei, tenho visto na rua veículos com
esse adesivo. No sábado, eu estava na Feira Ecológica, lá na Av. José
Bonifácio, e uma senhora foi agredida com um soco por um cidadão, porque foi
retirar esse adesivo, que é ilegal e é extremamente discriminatório. São dois
acontecimentos que nos mostram como essa direita raivosa, preconceituosa,
existente no Brasil, age frente ao povo e aos homens e mulheres de luta deste
País.
Queríamos
também parabenizar a jornalista Beatriz Fagundes - que até já recebeu um prêmio
desta Casa - pela sua matéria “A verdade sobre a Ford”. Eu recordo quando, numa
outra Sessão, eu me manifestei sobre esses fatos, e alguns Vereadores trataram
o assunto de forma irônica, como se fosse uma inverdade. O que é que nos
informa a jornalista Beatriz na matéria do dia 23, no jornal O Sul? Aquilo que
nós dissemos aqui, Ver. Nedel, que o “Regime Automotivo Especial que permitia
incentivos fiscais às montadoras no Nordeste havia terminado em maio de 1997”.
O que acontece? Por iniciativa do todo-poderoso ACM, agora destronado na
eleição do Governador Wagner, na Bahia, foi feita uma Medida Provisória pelo
Presidente Fernando Henrique, estendendo esse Regime Especial, que havia
caducado, para que a Ford pudesse, Ver. Ibsen Pinheiro, se deslocar para o
Nordeste, especificamente para a Bahia, em condições imbatíveis. E, concluo -
isso está registrado na Gazeta Mercantil, do dia 21 de outubro de 2001 -, foi
transformado em Lei no dia 29 de junho de 1999, com o voto do PFL, do PSDB, que
não aceitaram sequer, Verª Maristela Maffei, um destaque das nossas Bancadas,
pedindo que votassem essa questão em separado.
Então,
eu queria registrar isso, porque havia me manifestado nesse sentido, em outra
Sessão, e alguns até debocharam aqui. Mas agora está comprovado, inclusive com
matérias da imprensa. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Ver. Ibsen Pinheiro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
eu seguirei as águas do Vereador que me antecedeu, para dizer e reafirmar toda
a nossa ojeriza a todo e qualquer processo discriminatório - todo e qualquer
processo discriminatório. É um absurdo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
quando se discrimina alguém por ter nascido em São Paulo. É lamentável ouvirmos
músicas, chamamentos, com a responsabilidade de quem o faz e que não esconde!
Então, esses processos nazifascistas, como aqueles denunciados aqui pelo Ver.
Raul Carrion, não nos agradam e não podem agradar a quem quer que seja. Quando
jornalistas foram perseguidos neste Estado, e não se tem notícia de tamanha
perseguição... Estão aí os anais vivos da mídia para nos informar!
Então,
queremos deixar claro, e solarmente claro, que todo e qualquer processo de
discriminação, parta de quem partir, não nos agrada! Aquele feito ao Presidente
da República, cuja inteligência de rinoceronte - se não tivermos outro
qualificativo -, a inteligência de rinoceronte... e agora nós nos defrontamos
aqui, no nosso Estado, com essa discriminação a pessoas brasileiras... “Oh,
nasceu em tal Estado...!” Mas onde é que nós estamos? São chamadas, são fitas
rodando por todo o Estado. E nós devemos deixar aqui, alto e bom tom, o
repúdio! E tenho absoluta certeza de que, neste repúdio, estamos falando pelos
brasileiros! Logo nós, gaúchos...! E o gaúcho é rico em história, ações e
eventos em que ficaram altamente caracterizados os brios de brasileiro antes
dos brios de gaúcho! Está aí a Revolução de 1935, quando Rosas oferecia aos
Farrapos recursos e cavalaria! E respondia David Canabarro: “Nós, antes de
sermos gaúchos, somos brasileiros!” Então, ali se firmava, na história
brasileira, nas nossas revoluções... Fomos o Estado e a Província que mais
revoluções fez! As mulheres não tiravam o luto! Fizemos 200 revoluções! É
incrível! Então, são dados extraordinários que infundiram na consciência e na
alma do homem gaúcho a total, a absoluta posição contra a
discriminação! Nós somos um povo que odeia a discriminação!
Fica aqui a nossa manifestação para dizer, Ver.
Raul, que todo e qualquer processo discriminatório, como esse trazido por V.
Exª , e esse que anda aí circulando, em tudo que é canto - em tudo que é canto!
-, com fitas gravadas dizendo: “Olhem, nasceu em São Paulo”, merece da nossa
parte... Espero o apoio de Vossa Excelência.
O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte?
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Vou dar um
aparte a V. Exª , agora, espero o apoio de V. Exª no sentido de que esse, também, que diz que “nasceu em São
Paulo”, seja retirado dos carros de som, porque constitui-se em um agravo
inaceitável em nosso Território! Ouço Vossa Excelência.
O Sr. Raul Carrion: Prezado
Vereador, em primeiro lugar eu creio que não faz diferença se é gaúcho, se é
paulista, se é homem ou se é mulher; interessa de que lado está e o que
defende. Eu gostaria que V. Exª
esclarecesse - eu desconheço - quem é essa pessoa que está sendo acusada
de ser paulista.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Mas é
evidente, está aí nos carros de som...
O Sr. Raul Carrion: Sim, mas quem
é, Vereador?
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Essa pessoa...
Então, eu vou dizer a V. Exª : é uma das candidatas, e está aí colocada
democraticamente.
O Sr. Raul Carrion: Aqui no Rio
Grande do Sul?
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Não, na Bahia,
Vereador...!
O Sr. Raul Carrion: Sim, eu disse
que foi o...
O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): A Mesa... a
Mesa...
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Lá para onde
mandaram a Ford! Na Bahia! Para onde mandaram a Ford!
O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Srs.
Vereadores, o tempo está esgotado.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sou grato a V.
Exª, sou grato a V. Exª, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Sr. Vereador,
o tempo está esgotado. A Mesa concedeu, por liberalidade, a oportunidade do
aparte, mas não do diálogo entre a tribuna e o microfone de apartes. V.
Exª conclua, por favor.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sou grato a V.
Exª para reafirmar aqui, da tribuna da
Casa do Povo de Porto Alegre, que nós temos ojeriza, nós, gaúchos, temos a mais
absoluta contrariedade com relação a toda e qualquer discriminação, seja a
respeito da mão do Presidente, seja a respeito de alguém que tenha nascido fora
do Rio Grande, principalmente por essa pessoa estar sofrendo essa campanha
odiosa, discriminatória! Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente
dos trabalhos, Vereador e Deputado Federal Ibsen Pinheiro; Srs. Vereadores e
Sras. Vereadoras, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, faço uma
comunicação importante e que nos gratifica: finalmente, seja pela Justiça...
mas, de alguma maneira, nós conseguimos sensibilizar, conseguiremos, talvez,
também sensibilizar o Governo Municipal no sentido de que a sua gestão, a sua lógica de terceirização de
serviços, é nefasta para a cidade de Porto Alegre. Uma decisão garantindo
liminar, deferida pela 1ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Estado, está
suspendendo a licitação pública que terceirizava a expansão do ISSQN na cidade
de Porto Alegre.
Nós
já vínhamos fazendo esse debate, dizendo que essa terceirização era
inconstitucional, porque ela pode ferir a inviolabilidade fiscal das pessoas
físicas e jurídicas desta Cidade, porque, afinal de contas, ela prevê a
transmissão e entrega de todos os dados das arrecadações desse tributo para uma
empresa terceirizada. Esse foi um dos itens que motivou o acolhimento da
liminar, mas outros foram tão importantes quanto. Um deles é que a licitação, o
julgamento das empresas, é trabalhado com critérios que poderão gerar
subjetividade, e, portanto, gerar beneficiamento de uma das empresas. São
critérios abertos, como “atende/não atende” a determinados requisitos. Depois,
algo também bastante grave: a nossa empresa pública PROCEMPA tem condições, é
ela hoje quem tem o sistema que gera os dados, em construção, num trabalho
conjunto com a Fazenda, e esse é um dos impostos que mais contribuem para o
Orçamento, para a Receita da Prefeitura, em torno de 23%, na Administração
Direta, e vem expandindo-se, vem qualificando-se. Isso quer dizer que nós temos
inteligência, temos sistemas e temos funcionários que são capazes de fazer
isso.
Ora,
a Prefeitura resolve, decide que vai entregar isso para uma empresa privada, e
por um custo altíssimo, Ver. Ervino! Prevê... e aí um dos argumentos da Ação
Popular impetrada pelo Partido dos Trabalhadores, pela Bancada do Partido dos
Trabalhadores... Inclusive, mesmo sendo alto e oneroso aos cofres públicos,
porque hoje isso é realizado por funcionários públicos e por uma empresa
pública, ainda assim isso foi subestimado, considerando-se os critérios que
estão estabelecidos para o futuro contrato, em que a empresa ganhará percentual
sobre o aumento, o aumento do cadastro e de arrecadação do ISSQN. E, portanto,
são 16 milhões previstos, de custos, com essa empresa, para os próximos três
anos - três anos! -, e poderão ampliar-se em mais 9 milhões, pelo critério
estabelecido no Edital. Então, são vários os elementos que fizeram com que a 1ª
Câmara suspendesse esse processo licitatório, porque de novo a Prefeitura abria
mão da sua soberania e da sua função de guardiã dos direitos civis dos cidadãos
e das empresas desta Cidade, em primeiro lugar.
Em
segundo lugar, abria mão da sua inteligência, da dos seus funcionários e da sua
capacidade de gestão numa área tão delicada como é a arrecadação tributária.
Aí, se considerarmos o contexto da criação da gratificação fazendária, ora, os
nossos funcionários vão receber uma gratificação, na nossa avaliação,
inadequadamente colocada, principalmente a sua retroatividade, principalmente a
ausência de critérios para aplicação dessa arrecadação, combinada com uma
empresa recebendo sobre percentual, Ver. Dib! Ou seja, o trabalho dos
funcionários, que foi estimulado através de uma gratificação muito
questionável, estará - estaria, porque está suspenso o Edital - beneficiando a
empresa que gerenciaria os dados do ISSQN, pois ela vai receber sobre o aumento
da arrecadação do ISSQN.
Isso
me parece um jogo de compadres, combinado, complicado, que desvaloriza o
funcionalismo e onera os cofres públicos. Ainda bem que a Justiça ouviu as
questões que levantávamos e suspendeu o processo. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro):
A Verª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, quero me somar à Bancada do Partido dos Trabalhadores pelas
preocupações em relação ao tema aqui trazido pela Verª Sofia Cavedon, porém eu
quero hoje, no período de Comunicações, dar uma volta ao mundo em relação a
fatos que aconteceram não há muito tempo e que agora repercutem em relação às
matérias que foram veiculadas sobre a Vale do Rio Doce.
Lendo o jornal Folha de S. Paulo, vejo que ele
novamente traz que a Vale é a maior produtora e exportadora mundial de minério
de ferro e é uma das principais produtoras de manganês e de ligas ferrosas.
Também produz cobre, bauxita, potássio, alumina e alumínio, entre outros
produtos. A Vale, que foi criada pelo Governo Federal em 1942 e privatizada em
7 de maio de 1997, já era a maior mineradora diversificada das Américas e fica
agora atrás apenas da BHP Billiton, baseada na Austrália.
Eu trago esse tema, porque no Governo de Fernando
Henrique Cardoso, que foi o grande “bom-moço” das políticas internacionais,
imperialistas, que fez o seu tema de casa muito bem-feito, e vejam agora a Vale
do Rio Doce comprando uma outra, a Inco, e diz que, num instante, provavelmente
dentro de seis ou sete meses, irá pagar essa incorporação.
Lembro também que, na época, foi pago no primeiro
mês, com o valor arrecadado pela Vale do Rio Doce, Ver. Carlos Nedel - eu o
admiro, porque V. Exª realmente presta
atenção nas minhas falas -, ela conseguiu pagar a sua compra, é um pouco
diferente, Ver. Adeli Sell, da CRT, por exemplo, em que os governos anteriores
a deixaram sucatear, depois o Governo Britto a arrumou, deixou enxutinha, e a
vendeu a “troco de banana”, privatizando-a. E depois o que eles dizem? “As
estatais não dão certo, então a gente tem que privatizar para também não ficar
totalmente sem nenhuma vantagem”. Aqui não é o caso, a Vale do Rio Doce é a
alma do País, é uma das estatais que era a menina-dos-olhos das estatais, a que
mais dava lucro, e também na concepção do equilíbrio, da autonomia econômica e
política de um País como o nosso. Pois o Fernando Henrique a vendeu!
Eu fico imaginando a desgraça, Ver. Carlos Nedel,
se acontecesse um episódio eleitoral
que desse seqüência a esse infortúnio, que são, na verdade, poucas coisas que
restam, porque se não fosse o Governo do Presidente Lula, do Presidente em
exercício, não estou falando, por favor, senhoras e senhores, do candidato,
estou falando do Presidente em exercício para não termos, Ver. João Antonio
Dib, nenhum problema. Então, fico imaginando se não tivesse esse perfil de
projeto que nós temos, com essa pirataria que o Brasil passou, com as entregas
que aconteceram, com esse presente que aconteceu com a venda da Vale do Rio
Doce! Vejam, no ano passado, o ferro no Brasil subiu quase 75%, e a gente sabe
que isso também incide na própria construção civil interna; imaginem o que isso
significa internacionalmente.
Então,
senhoras e senhores, esse é o presente que deixou o FH, primo político de um
que está se colocando como candidato, que significa a tortura, a desgraça
econômica e política para um País como o Brasil, que vem em um ascendente na
busca da recuperação política, econômica e social das últimas tragédias que
vinham acontecendo em nosso País.
Se
eu tivesse um minuto, Ver. Sebenelo, sociólogo, faria um minuto de silêncio
para a economia e para o Estado brasileiro, não por essa situação, porque a
Vale do Rio Doce consegue, realmente, fazer com que nós tenhamos esse resultado
que vem incorporando hoje, mas pelo que nós perdemos e o que poderia ser feito
de melhor para a Nação brasileira no seu conjunto. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo da Verª Mônica Leal.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Ver. Ibsen Pinheiro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
quero falar rapidamente sobre a fala de dois Vereadores que me antecederam.
Primeiro, sobre o assunto da Ford. Querer explicar a Ford hoje, não! Realmente,
não tem explicação! Mandar embora uma grande fábrica de elevada tecnologia; ser
expulsa por um Governo incompetente que atendia seu Presidente no quinto
escalão; é impressionante! O prejuízo à população brasileira, especialmente à
população gaúcha é incalculável, não se calcula! Agora, querer dizer que o Congresso,
depois que a Ford já tinha decidido ir embora, depois que já tinha sido expulsa
pelo anterior Governo, aí, para a fábrica não ir embora do Brasil, ajeitou-se
para ir para o Nordeste, ou o Nordeste não é Brasil? É, mas o prejuízo que nós
estamos pagando até hoje é incalculável; foi o maior crime econômico contra o
Rio Grande do Sul que nós estamos pagando até hoje.
Sobre
o assunto da Vale, para se expandir, precisava investir bilhões. Por que o
Governo brasileiro, que não tem dinheiro para a Saúde, em que as pessoas estão
morrendo por causa da Saúde, tem de ter mineradora? Vendeu!
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Não
lhe concedo, pois não tenho tempo, Vereadora.
Por
que vendeu? Vendeu porque não tinha recursos para investir bilhões e a
privatizou, sim. A empresa está gerando emprego, renda e impostos para o nosso
País. E é tão boa, trabalha tão bem que o investidor, pessoa física, José
Inácio Lula da Silva é grande acionista da Vale do Rio Doce. Por que, João
Bosco Vaz? Porque é um bom negócio! Para isso ele é muito vivo, para isso ele
sabe de tudo! Está investindo, é acionista da Vale do Rio Doce! E faz muito
bem! É inteligente, muito bem, está investindo para ter lucro! Isso é ótimo!
Eu
queria dar três notícias rápidas e boas para Porto Alegre. A Comissão de Saúde
e Meio Ambiente, junto com a CUTHAB, realizou uma Reunião Conjunta para
explicar o pedido da Fundação Pablo Komlos para construir o primeiro teatro
sinfônico do Brasil, aqui ao lado da Câmara; uma atração turística para Porto
Alegre, um bem também importante para a nossa Capital. A Fundação Pablo Komlos,
vem lutando há quatro anos para dar um presente para Porto Alegre, e Porto
Alegre está colocando empecilhos para ganhar esse presente. Puxa vida, não dá
para entender! A CUTHAB e a COSMAM estão trabalhando esse assunto, e isso é
muito bom para a nossa Cidade.
Um
outro assunto importante é a revitalização do Cais do Porto. O jornal Correio
do Povo noticiou que em novembro os projetos estarão prontos para a licitação
da revitalização do Cais do Porto; isso é muito bom. Faremos do nosso Porto uma
forte atração turística para Porto Alegre; as coisas boas estão começando a
acontecer.
E
outro assunto, Ver. Adeli Sell, é com referência ao Camelódromo. A Prefeitura
está tirando todas as licenças ambientais necessárias para implantar o
Camelódromo.
Então,
no final de novembro, quando for aberto o Edital de Licitação, todas as
exigências ambientais e legais estarão prontas, ou seja, a Prefeitura está
agindo com ela mesma, com as mesmas exigências que faz para a iniciativa
privada. Isso é muito bom e isso vai trazer progresso para Porto Alegre.
Então,
o Cais do Porto, o Teatro Sinfônico da OSPA e o Camelódromo são coisas boas
para Porto Alegre. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): O
Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Paulo Odone.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, primeiramente, eu
quero fazer uma saudação especial ao Colégio Tiradentes que, graças ao seu
excelente ensino, foi considerado o melhor Colégio público entre os públicos do
nosso Estado. O Colégio Tiradentes é um colégio estadual que teve uma votação
superior ao Colégio de Aplicação, da UFRGS, e ao Colégio Militar. Então, faço
uma saudação especial ao Colégio Tiradentes.
Mas também quero, ao mesmo tempo, fazer um relato
importante: esse mesmo Colégio Tiradentes, há quatro anos, estava ameaçado de
extinção. E, depois, gostaria que alguém viesse aqui para tentar contestar o
que estou dizendo.
O
Colégio Tiradentes, um colégio modelo, mantido pela Brigada Militar, mas que
faz parte do sistema da Secretaria Estadual de Educação, é um colégio baseado
dentro dos princípios da hierarquia e da disciplina. É o melhor Colégio do
Estado, e, há quatro anos, o Governo anterior tinha por opção a sua extinção.
Quero,
também, fazer uma saudação especial à população da cidade de Gravataí. E por
quê? Porque a cidade de Gravataí, nos últimos anos, teve um incremento enorme,
tem um dos maiores PIBs do Estado, porque a cidade, e o ex-Prefeito, hoje
Deputado, Daniel Bordignon, faz questão de saudar, de maneira efusiva, que uma
montadora, a General Motors, foi para aquela cidade.
Então,
mesmo sendo de Porto Alegre, saúdo a população de Gravataí que, com a ida da
montadora GM, conseguiu aumentar o PIB, conseguiu mais de 10 mil empregos
diretos e indiretos, tendo no entorno toda uma cadeia produtiva, aumentando a
geração de emprego e renda, e trazendo, conseqüentemente, mais desenvolvimento
para Gravataí e também para o Rio Grande do Sul.
À
medida que faço essa saudação a Gravataí, também tenho de dizer da tristeza que
até hoje invade o sentimento negativo da população de Guaíba, que, muito triste, viu sair
uma montadora do Estado. E o Governador anterior, durante todo o tempo, de
maneira assumida, dizia que não tinha interesse, que não queria, porque
preferia outros tipos de investimentos. Mas mudou o discurso. E está falando
alguém, aqui, que continua com o mesmo discurso. E aí? Agora tenta desviar os
fatos.
Então, à medida que eu saúdo a população de
Gravataí, quero também trazer esse sentimento de perda, de resgate, de
desvalorização da população de Guaíba.
Tenho algumas notícias tristes, também. Uma delas,
lendo o jornal de hoje, é que constato que os pedágios federais subiram. E o
Ver. João Antonio Dib até poderia me ajudar, porque ele sempre está com os
cálculos. Ver. João Antonio Dib, acho que V. Exª leu os jornais de hoje e eu trago um fato triste, porque subiu o
pedágio. O Ver. Aldacir Oliboni está dizendo que tem um pedágio municipal. É um
pedágio que eu não conheço, Vereador. V. Exª
criou um pedágio que eu não conheço, mas como há tantas mentiras e mentiras,
estão criando um pedágio municipal neste momento.
O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Ver. Garcia,
V. Exª fala, a partir deste momento, no
tempo da sua própria inscrição.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Então, foi
criado um pedágio municipal, coisa que eu não sabia. Mas eu quero dizer, então,
com tristeza, que subiu o pedágio. E, vendo que subiu o pedágio, também quero
falar da questão do Trensurb. A passagem custava 70 centavos e subiu para
R$1,40; teve um aumento de 100%, e nada neste País subiu 100% em quatro anos.
Mas, o Trensurb subiu 100% em 4 anos.
Então, venho aqui para fazer esses relatos. Mais
uma vez quero parabenizar a questão da Brigada Militar, pela sua postura, pela
sua retidão. Esta Brigada Militar que nós queremos que cada vez mais possa
continuar com o seu efetivo livre, com seu efetivo realmente trabalhando em
prol da sociedade gaúcha. Queremos, mais uma vez, parabenizar a população de
Gravataí; trazer o nosso apoio e solidariedade, e expressar a nossa tristeza à população de
Guaíba; trazer esse relato de que sobe o pedágio, praticamente às vésperas de
um feriado, o de finados, que teremos daqui a uma semana. A questão do Trensurb
eu gostaria que alguém explicasse, por que o Trensurb, que é mantido pelo
Governo Federal, consegue subir 100% em quatro anos? Gostaria que V. Exª - e lhe concedo um aparte -, se eu estiver
errado, explicasse se não foi 100% o aumento da passagem do Trensurb?! Eu sou
alguém que gosta de fazer a discussão aqui, agora, eu não gosto de cochichos
que não condizem com a realidade. Mas acontece, como foi criado o pedágio
municipal há poucos minutos, são coisas a que não damos ouvidos.
Mas,
para finalizar, nesses meus dois minutos e trinta segundos que eu ainda tenho,
quero parabenizar os novos moradores do conjunto habitacional da Av. Princesa
Isabel, pois há duas ou três semanas houve todo um movimento em que diziam que
essa obra iria levar mais um ano, que essa obra não terminaria... Que
engraçado, foram entregues, na terça-feira, os últimos apartamentos, e parece,
então, que aquilo que iria levar mais um ano, num passe de mágica, ficou
pronto. Não, é que as obras têm um andamento, têm um ritmo, e foi cumprido
dentro do determinado, que foi no dia 24 de outubro.
Então,
de maneira fraterna eu tinha que trazer estes registros, da questão do conjunto
habitacional da Av. Princesa Isabel.
E
para o encerramento do meu último minuto, quero parabenizar o Grêmio Náutico
União. Nós estivemos hoje, na ilha, e eu sei que o Ver. João Antonio Dib não
pôde estar, mas tem uma íntima ligação, na comemoração dos 24 anos dos almoços
dos ilheiros. Agora a Verª Sofia saiu, também tivemos a oportunidade de
participar, o Ver. João Bosco Vaz também estava lá, da posse do Sindicato dos
Árbitros, do árbitro Carlos Simon, um grande evento em que ele trouxe um
contingente muito grande de árbitros, e ainda todos os que estavam lá ganharam
uma “palhinha” do cantor Fagner, que é amigo pessoal do Simon e encantou todas
as pessoas que lá estavam. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Encerrado
o período de Comunicações. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio em homenagem a Winie Priscila
Nedel, de 16 anos, que faleceu, vítima de atropelamento na Avenida Bento
Gonçalves, quando se dirigia à sua escola, o Colégio Champagnat.
O
SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro):
Deferimos o pedido.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
(O
Ver. Luiz Braz assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Apregoamos
o Memorando nº 217/2006, assinado pelo Presidente da Casa, Ver. Dr. Goulart,
informando que o Ver. Carlos Todeschini, nesta data, representa a Câmara
Municipal de Porto Alegre na cerimônia da assinatura do Programa Crédito
Solidário Vivendas de São Tomé, às 15h, na Caixa Econômica Federal, na Rua dos
Andradas, nº 1000, nesta Capital.
O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, uma das maiores propostas que pode haver a um
povo, a uma nação, a uma comunidade, é a proposta desenvolvimentista.
O Brasil, nos anos 50 em diante, adotou o
desenvolvimento, levando o País de uma das últimas posições no seu parque
industrial, à oitava economia do mundo, lá por 1980. Houve, inclusive, momentos
de pleno emprego e de bem-estar social, houve momentos de uma política de
moradias, de uma política social de pleno emprego que se confrontava com o
aspecto ditatorial que todos os historiadores, todos os brasileiros com um
compromisso político com o que foi recente no País, sabem muito bem.
Hoje, experimentamos a tragédia do desemprego; o
mês de maio, segundo a Fundação de Economia e Estatística do Estado do Rio
Grande do Sul, representou 285 mil pessoas desempregadas em Porto Alegre e na
Grande Porto Alegre. Falar em desemprego é falar de uma das grandes tragédias
nacionais, agravadas por uma série de motivos que são mundiais, mas agravadas
também contra o nacionalismo xenófobo, que beirava o ridículo, e contra a idéia
desenvolvimentista de uma gestão que fracassou redondamente neste Estado e que
pôs a correr não só o capital estrangeiro, mas, certamente, mais de 100 mil
empregos a serem distribuídos numa população que já sofria tanto com o
desemprego, especialmente na Metade Sul deste Rio Grande - tão sofredora, tão
doída pelas questões desenvolvimentistas e pelo reducionismo a que se converteu
-, no momento em que havia, do Chuí a Porto Alegre, em cada porteira, uma
falência na área do agronegócio. Pois foi exatamente isso que tirou do processo
eleitoral seguinte o então Governador, o principal gestor do Estado, que
enxotou o capital daqui, que mandou embora o emprego e que tem como pauta maior
o seu programa de reemprego.
Ouvimos
falar tanto, na área nacional, do Programa Primeiro Emprego. Nesse Programa, Ver.
Raul, foram investidos 750 milhões de reais, para, em um ano, render um
emprego: ele se chama Vilson, trabalha em Salvador, Bahia, e a profissão dele é
garçom.
Então, com essa falácia fantástica do
antidesenvolvimentismo, quando um País espera 5%, 6%, 7% de crescimento e não
vai chegar a 2,5% no fim deste ano, para nossa desgraça, para nosso lamento.
Pois, agora, eles querem falar em emprego. São anti-empresários; são
antidesenvolvimentistas; odeiam o capital internacional. Nós somos
nacionalistas, mas não somos xenófobos, não! Hoje o mundo mudou, as questões de
fronteiras quase que desapareceram; os blocos, hoje, em união, são econômicos.
Quem se espatifou foi o socialismo. E vêm as propostas socialistas para cá, num
discurso antigo, velho e falacioso, e isso é que é pior: eles ainda conseguem
falar em emprego e em desemprego.
Ora, num momento em que há um processo eleitoral
junto, mais a questão desenvolvimentista, porém, ela foi tão ruim, foi tão
antidesenvolvimentista, que o antigo Governador, o Governador de então, levou
um cartão vermelho do seu próprio Partido; quis concorrer à reeleição e não
conseguiu. O Partido disse: “Esse é muito ruim, esse não!” Pois, agora, esse
mesmo moço que levou um cartão vermelho levou outro cartão vermelho quando Ministro
das Cidades. E o Presidente dele, que é candidato a Presidente da República
hoje, deu-lhe um cartão vermelho daqueles fantásticos, nomeando em seu lugar um
filiado ao PFL, que está aí até hoje no Governo. E isso, lamentavelmente, é
dito exatamente ao contrário, eles têm a coragem de falar em desemprego,
emprego e competência, quando, na verdade, pela sua própria incompetência, os
seus próprios correligionários, os seus mandatários do próprio Partido
deram-lhe um cartão vermelho, que deveria, com isso, encerrar sua carreira. Mas
eles voltam, eles são reincidentes a toda a hora, e nós sabemos que, graças a
Deus, faltam só três dias.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
falava anteriormente, em Comunicações, sobre a questão da Vale do Rio Doce, e,
em seguida, nós ouvimos aqui também muros de lamentações pelas viúvas da Ford.
A minha posição é a mesma, eu fiz parte por muitos anos do Partido dos
Trabalhadores e continuo uma mulher de esquerda dentro do Partido Socialista
Brasileiro. Quero dizer que se eu pudesse influenciar hoje, como na época, eu
acho que deveria fazer novamente. Porque eu lembro que quando a Ford foi
embora, mandaram inclusive recibos para pagar os seus executivos, as suas
vestes que compraram em butiques luxuosas, os hotéis - tudo isso para o Estado
pagar. Nós soubemos também que a montadora, bem como suas concessionárias são
todas subsidiadas pelo Estado. Eu quero fazer um paralelo com as mineradoras.
Por exemplo, a mineradora sempre foi a grande menina-dos-olhos dos
capitalistas; e o Estado foi o que mais investiu. Tanto é que agora, no Governo
Lula - não estou falando no candidato; estou falando no Presidente -, o BNDES
fez muitos investimentos para que as ações, inclusive as dos funcionários da
Vale, pudessem manter os 11 vírgula alguma coisa por cento para que não
deixassem de ter essas barreiras tão necessárias para uma independência de uma
economia dentro das estruturas internacionais, econômicas e políticas.
Quero voltar novamente aqui à questão da Ford; é
tão bom ter a Ford - é uma pena que a Verª Sofia Cavedon não se encontre aqui
-, estava tão boa a Ford lá na Bahia, que em Camaçari, o Partido do Prefeito é
de esquerda! E agora, o Jaques Wagner venceu a eleição, eu até nem sei que de
que Partido é!? É de esquerda, não é Ver. Adeli Sell!!? Deve estar muito boa a
economia na Bahia, para que os Partidos de esquerda, com a Ford e tudo,
ganharem dos de direita!! O que será que aconteceu com a Bahia, mesmo com a ida
da Ford para lá!? Eu acho que os viúvos da Ford daqui não se deram conta disso,
ainda! Aliás, o tucano é parente, acho que é primo-irmão, do papagaio - não é, Ver. Adeli Sell? -, se não me engano,
é; porque fala, fala, fala, apesar de ser uma bela ave. Nós também passamos por
essas coisas de papagaio, aqui nesta tribuna, não tem como se desfazer disso.
Então,
o que eu queria dizer é que o que nós vivemos aqui na GM é uma escravidão dos
seus funcionários, vivemos um regime fascista interno, vivemos uma depressão no
setor das cegonheiras. Aliás, agora, parece que tem uma candidata por aí
dizendo que se ela ganhar - não sei quem é -, em três meses, os cegonheiros do
Estado do Rio Grande do Sul vão estar dentro da GM, fazendo uso daquilo que não
resolveram até agora.
Ora, quem privatizou do
jeito que privatizou a Vale do Rio Doce; quem desconstituiu, agora, o Governo
da direita, na Bahia, mesmo com a Ford, vem aqui “gargantear” de que vai
resolver - se eleito for - aqui no Estado do Rio Grande do Sul? Poupem-me,
senhoras e senhores!
Então, eu fico impressionada! Aí vem aqui falar o
Ver. Claudio Sebenelo, da Metade Sul!? Mas a GM não resolveu todos os
problemas? O Ver. Professor Garcia também falou aqui. A GM não resolveu os
problemas de emprego no Estado do Rio Grande do Sul? Concentrou algumas coisas
em Gravataí; e o Estado está o caos que está, em especial, na Metade Sul, Ver.
Claudio Sebenelo! E o Governo era de quem, Ver. Claudio Sebenelo? Por favor, e
vem falar aqui em políticas com falas mentirosas? Vamos nos respeitar! Os fatos
é que demonstram, não apenas os discursos.
(Aparte anti-regimental do
Ver. Claudio Sebenelo.)
A
SRA. MARISTELA MAFFEI:
Vereador, faça uso da tribuna, como Líder do seu Partido, e deixe esta
Vereadora, que pertence a uma parte, com muito orgulho, no lado esquerdo do
peito, como socialista que eu sou. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. GOULART: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
chega-nos um fato estarrecedor ao Gabinete: temos a informação de que ao redor
de mil pessoas que fizeram algum tipo de transplante estão sem as medicações
que manterão os novos órgãos transplantados sem serem atacados e destruídos
pelo próprio organismo: rejeição! Isso nos chegou.
E
nos chegou ao Gabinete; especialmente o caso de uma menina, agora com 18 anos,
que fez um transplante de pulmão bilateral! Jóia da medicina: transplante
bilateral de pulmões! Estiveram envolvidas três pessoas: ela, que recebia os
pulmões; a mãe, que lhe deu um pulmão de um lado; e a irmã, ou uma tia, que lhe
deu o pulmão do outro lado. Absoluta sorte na cirurgia: homens trabalhando bem,
uma fábula de dinheiro investido pelo Governo brasileiro - pois um transplante
está em torno de 100 mil; não é a mesma coisa que a retirada de um ovário -, e
essa menina ficou sem receber a medicação Prograf/1mg, que lhe garantirá
pulmões intactos, não-agredidos pelo próprio organismo, uma vez que, mesmo
sendo de parentes, é diferente no seu corpo. E ela que não pode pagar uma caixa
que custa 477 reais, mas que está sendo encontrada em torno de 800 reais -
imaginem, quase três salários -, ela está com medo que o seu pulmãozinho seja
destruído pela sua própria defesa, e nos pede socorro. E nós telefonamos para
saber, e aí veio o espanto - o que nos disse a Farmácia Estadual de Medicação Especial:
“Não sabemos quando vem”. E eu interpreto: “Lixe-se! Lixe-se! Não sabemos
quando virá!” Aí, eu disse: “Quem fala, aqui, é o Ver. Humberto Goulart, fiscal
do povo, fiscal da saúde”. Mas aí me disseram: “Senhor, já lhe dissemos, como é
que é. Não sabemos quando volta. Não sabemos quando terá!”. E eu disse: “E a
pacientezinha que está aqui, que vai ter o seu pulmãozinho destruído!?” Eles me
responderam: “Não sabemos; ela que procure comprar”. Dali a pouco, telefona-me
a autoridade maior da Saúde no Estado: “Doutor, deixa eu lhe explicar o que
aconteceu: o Governo do Estado não pagou adequadamente o Laboratório Jansen,
que é o único fabricante deste remédio! E o que fez o Laboratório Jansen? Não
mandou mais o remédio. Se não for pago, não nos mandam o remédio”. E eu
perguntei: “Mas quantos milhões esse Laboratório já vem ganhando há anos em
cima desse processo de transplante?” Ele disse: “Uns 700 milhões, um bilhão,
enfim!”. E isso do Estado, porque o Município disse: “Nem fale comigo, que eu
não quero nem saber disso aí; não é comigo, é com o Estado!”. Então, o
laboratório que recebe milhões de reais, e que não está recebendo, agora, por
algum motivo - pois anda atrapalhado este Estado aí, como vocês vêem, está
devendo 26 milhões para a Saúde do Município -, deixa de fornecer o remédio!
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Vereador,
seu tempo se encerra e V. Exª continua
com a palavra em Tempo de Presidente.
O
SR. DR. GOULART: Obrigado,
Excelência. Então o que acontece? O laboratório não quer mandar o medicamento;
não quer mandar, não vai mandar. Então, aqui está o primeiro problema. Se é
verdade isso que me disse a autoridade, é banditismo de parte do laboratório!
Como é que vem ganhando milhões, e agora porque o Estado não pagou uma fatura,
e não tendo o remédio consigo, não dá para os transplantados, que estão
precisando e que estão vivendo uma vida feliz. Mas aí eu digo: “Mas não tomaram
providências?”. E ele me disse: “Tomamos providências, encomendamos o remédio
de um outro laboratório brasileiro, que o fabrica no Nordeste”. Ah! Felicidade,
chegou o remédio, então a doentinha vai tomar o remédio. Diz o médico da
doentinha: “Não pode tomar esse remédio, porque esse remédio não vai resolver o
problema, porque é fabricado no Nordeste, não presta”. Aí o que fez o Estado?
Entrou em contato com a Anvisa, que é o órgão do Ministério da Saúde que libera
os remédios fabricados, dizendo que eles estão de acordo com o bioequivalência,
com a efetividade, que eles são iguais ao outro. Diz aqui o médico da menina,
chefe do transplante: “Não usem, porque vai rejeitar, porque ele não funciona”.
Aí vem o segundo problema: cadê a Anvisa?
Nós
aqui da Comissão de Saúde da Câmara precisamos que a Anvisa nos mande a
liberação do Prograf/1mg, de que ela fez a análise e disse que é bom, e o
médico-chefe da equipe de transplante diz que não presta, e lá estão os montes
comprados pela Secretaria do Estado. Se eu não venho dizer isso aqui para os
Senhores, isso vai rolar, vai continuar acontecendo, e as pessoas vão perder a
maravilha do seu corpo, que é o órgão transplantado que está funcionando muito
bem, e é uma graça da natureza que isso aconteça.
Então,
esta Câmara tem que dizer: “Laboratório Jansen, comece a entregar mesmo que não
estejam lhe pagando agora, e entre na Justiça para receber. E Laboratório da
Anvisa, mande-nos dizer por que o médico de Porto Alegre diz que não presta o
remédio fabricado no Nordeste e que a Anvisa liberou?” É fundamental que a
gente se engaje nesta luta, receba essas duas explicações, para que outros
crimes contra a saúde dos povos não continuem acontecendo.
Então,
Srs. Vereadores, preciso que todos se irmanem na ajuda - vamos-nos interessar
por isso! Nós temos aqui, e aí não vai nenhum outro fenômeno que não seja o de
nós nos sensibilizarmos - a essa menina ali, Vereadores! (Aponta para a
menina.) (Palmas.) Ela está bem, ela está terminando o seu remédio; daqui a
mais uns dias ela não vai ter mais o remédio e não tem dinheiro para comprar o
remédio. Nós não estamos pedindo dinheiro para ela comprar o remédio; nós
queremos que o Governo dê o remédio para ela.
O
SR. DR. GOULART: Agradeço
pela ilustração, Ver. João Bosco Vaz! Sempre lembrando a V. Exas que
a Justiça já embargou um dinheiro do Estado e mandou esse dinheiro pagar o
remédio da menina, o que também não foi cumprido.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Goulart, eu peço, até de uma forma muito emocionada, que V.
Exª pedisse para a sua assessoria
mandar, se possível ainda hoje, para todas essas entidades que V. Exª citou neste momento, neste plenário, o seu
pronunciamento.
O
SR. DR. GOULART: Muito
obrigado. Vereador-médico, Sebenelo, concedo-lhe um aparte.
O
Sr. Claudio Sebenelo: Obrigado, Sr. Presidente. Realmente, V. Exª nos traz, hoje à tarde, alguma coisa que é
revoltante e que provoca indignação em cada um de nós, depois do trabalho
monumental que foi feito com este anjo que está aqui conosco. Nós queremos
dizer que estamos à disposição para, inclusive, marcar hora e ir com V. Exª ao
laboratório e conversar com a direção do laboratório. Somos absolutamente
solidários nessa luta contra essa barbaridade que fizeram, e V. Exª levanta o tema com muita propriedade, já que
houve tanto usufruto do dinheiro estadual pelo laboratório. Então, por que o
laboratório não fornece agora, e depois faz a cobrança? Pode contar comigo!
O
SR. DR. GOULART: Muito
obrigado, V. Exª que é pneumologista,
sabe o que é a maravilha da ciência de um transplante; o que é o ser humano
vivendo quase como se fosse normal, às custas de um remédio, que é muito
importante.
O
Sr. Haroldo de Souza: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Sr. Presidente, só quero registrar aqui o meu orgulho, porque quando o
assunto desta menina surgiu no meu gabinete, pensei, evidentemente, nas figuras
que poderiam resolver o problema. E eu o entreguei em boas mãos: V. Exª realmente está tomando uma decisão - e agora
falo em nome da Bancada do PMDB. O que se pode fazer? E o Governo? Isso não
pode mais acontecer! Que bom que a gente possa levantar essas questões aqui!
Repito: estou orgulhoso por V. Exª realmente
ter acolhido o problema e o levado em frente! Muito obrigado em nome daquela
família.
O
SR. DR. GOULART: Muito
obrigado, Excelência. Então, Ver. Braz, já que estou na tribuna, e já havia
conversado com a Mesa e com o Secretário, levantamos este assunto que beira o
desespero. Espero que este assunto seja ouvido pelas ondas das rádios, pelas
comunicações, do que vamos fazer com os laboratórios para que se resolva o
problema da Simone.
Mas
temos um outro assunto que beira a desesperança, que não é tão grave quanto
esse, que é o seguinte: a nossa Casa foi invadida na manhã de ontem. A nossa
Casa, que é a Casa do Povo, foi invadida por homens que não respeitam igrejas,
templos; que não respeitam creches, que não respeitam unidades de saúde, que
não respeitam bancos de sangue, que não respeitam nada! Pessoas psicopatas
entraram aqui, nesta Casa, que recebe a todos através daquelas portas, com
confiança. Nós temos confiança nas pessoas que entram dentro da Câmara dos
Vereadores, Ver. Luiz Braz, porque aqui é a Casa deles, é a Casa do Povo! Mas
que essa confiança traia a Segurança, que não pode usar armas?! A Segurança
daqui não pode, por Lei, usar armas, não pode estar armada, Ver. Luiz Braz,
Ver. João Antonio Dib, não pode estar!? Ela só pode fazer uma defesa pela
presença, pela palavra de ordem, pelo grito, mas jamais poderá se debater
contra homens armados.
Algumas
coisas ficaram no ar: como é que entram dentro da Câmara duas motos com quatro
homens de capacete e isso não chama atenção? Como é que os motoqueiros ficam
sentados do outro lado, lá nos fundos, nos degraus, por longo momento, na tarde
anterior ao assalto, e as pessoas não se deram conta? Tem outra coisa que
espanta: Como é que a televisão não estava registrando isso no momento? O que
acontece? Eles tiraram o capacete e invadiram o Setor de fichas de cara limpa,
de cara aberta, os psicopatas malfeitores entraram ali e isso não estava sendo
registrado, segundo me informaram os funcionários, e aí nós precisamos saber
por que isso não estava sendo registrado? Outra vez aconteceu um fenômeno, não
de assalto, mas de furto, e também não estava sendo registrado; e eu já tinha
falado da minha preocupação com isso.
Então
nós temos que abrir uma sindicância para vermos esses fenômenos que
aconteceram; mas até lá, o que nós vamos fazer?
Claro
que eu sei que foi com a melhor intenção que o Ver. Adeli Sell deu a
entrevista, mas revelou que nós temos o Banrisul e que nós temos dinheiro no
Correio. E ele me diz dali: “Dr. Goulart, todo mundo sabe disso: que nós temos
valores ali no Banrisul e no Correio. Interessante que levaram os
vales-transportes, mas não pediram o dinheiro que havia, pois lá tinha um
pouquinho de dinheiro”.
Então,
o que acontece? Nós precisamos tomar providências! E por que eu trago para a
tribuna isso? Porque daqui a pouco vão botar em todos os jornais, como eles
gostam de fazer, que o Presidente não está deixando o povo entrar dentro da
Casa. Eles vão entrar dentro do gabinete e vão dar tapa na cara de um, tapa na
cara do outro e fazer o que bem entendem, e nós não vamos fazer nada. Por quê?
Porque nós nunca dissemos nada - poema do Maiakovski, que depois disseram que
foi até um brasileiro que fez.
Então
nós temos que tomar providências! Pelo menos as pessoas têm que se identificar
quando entrarem nesta Casa, como acontece em qualquer outro lugar. Essa é a
primeira coisa: identificação, a partir de amanhã, das pessoas que aqui entram.
Podem entrar, mas têm que se identificar.
E logo em seguida nós precisamos tocar para frente
os vários planos de segurança que aqui tem. Há várias propostas de
segurança, até Projetos de Lei existem que estão parados. Nós nos reunimos com
a Segurança, que eles sabem, evidentemente, o que é mais necessário - e aí eu
vou pedir ao Haroldo de Souza me ajudar a coordenar isso, o nosso Secretário -,
para eles nos dizerem o que está faltando.
Alguma medida nós vamos ter que tomar. Por quê?
Porque nós precisamos deixar as pessoas entrarem dentro da Câmara. Se nós não
tomarmos essa providência... Os Vereadores ficam de costas ali: o Dib fica de
costas, a Maristela Meneghetti fica de costas, o Carlos Garcia fica. E é a uma
distância bem pequena da arena, de quem nos vê. E nós temos que ver também se
as pessoas que estão entrando aqui estão portando algum metal.
O Presidente não pode ser violado e ficar quieto! O
Presidente não pode ver o perigo que correram os seus colegas, com um “38”
colocado na boca, colocado na barriga, como aconteceu, e não tomar providência
nenhuma! Nós não podemos deixar os nossos guardas à mercê da insegurança! Nós
temos que discutir como é que os guardas podem fazer frente a isso. E eles
devem fazer a manu desarmada? Vamos ter que discutir, vamos ter que
conversar sobre isso!
Então, meus queridos, um fato muito grave externo,
que eu trouxe para os senhores, e um fato bem grave interno. Nós precisamos nos
reunir com a Segurança, fazer uma comissão de Vereadores e vermos o que vamos
fazer daqui para frente. E aquela porta lá, dos fundos, tem que ficar fechada,
com um guarda ali; quando alguém quiser entrar, tem que mostrar o crachá. E se o
guarda achar que não conhece, ele tem que procurar identificar de outra
maneira. São estas as medidas agora, Vereador Haroldo de Souza: identificação
na entrada, para todos! Não pode mais adentrar naquilo que nós temos que cuidar
para o próprio povo, que é esta Casa, e temos que deixá-la sem manchas, sem
rupturas, sem insegurança! Nós temos que deixá-la para o povo, e fecharmos a
porta dos fundos. E podem passar as pessoas, desde que a Segurança conheça e
que a pessoa se identifique.
Para o resto eu espero que vocês nos ajudem com
idéias. Vamos formar uma comissão, Ver. Braz, porque nós não podemos deixar
acontecer uma morte, como se está encaminhando na Saúde do Estado! Nós não
podemos deixar morrer um de nós, morrer um dos bravos homens que nos cuidam com
a mão desarmada para depois dizer: “agora vamos tomar providências!”
Peço a atenção dos senhores. Desculpem dois
assuntos tão palpitantes no mesmo momento, mas aconteceram as duas coisas de
ontem para cá, e o
Presidente, que tem ficado sempre quieto, só na observação, precisou se
manifestar veementemente desta vez. Muito obrigado pela atenção, meus queridos
Vereadores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A coisa mais importante é
criar empregos, porque emprego gera emprego, e desemprego gera desemprego. Essa
é uma regra que eu não sei se está escrita em algum livro, mas é minha: emprego
gera emprego, desemprego gera desemprego. Quando eu empregar mil pessoas eu
tenho mil consumidores, e eu tenho que arrumar alguém para vender para eles lá
na loja, e tenho que arrumar alguém para produzir lá na fábrica, e, quando eu
tirar mil daqui, eu tenho que tirar lá da fábrica e lá da loja.
Então
o Governador da época não sabia que lá em Betim aconteceu tudo aquilo de
crescimento de ICMS, que terminaram aportando em Minas Gerais? Será que ele não
sabia? Será que ele não conhecia o resto do Brasil? Não tinha assessoria para
saber isso? Eles não tinham é a idéia de que as coisas podem acontecer e serem
boas com a eventual concessão de alguma vantagem. Porque, se deram uma vantagem
para instalar a GM - e deram -, essa vantagem já foi superada várias vezes pela
produção e até pela projeção que dá ao Rio Grande do Sul.
Se
nós tivéssemos a Ford aqui, o remédio teria sido comprado, porque ela já
estaria trazendo ao Estado ICMS, ela já estaria trazendo à União IPI, e todos
os municípios gaúchos e brasileiros estariam recebendo mais, porque o IPI
distribui através do Fundo de Participação do Município também; e agora nós não
recebemos os recursos que a Ford poderia estar dando.
É
claro que o Estado foi deixado em péssimas condições, e não se pode esperar que
o Estado resolva o problema de todos. Agora, eu acho que a saúde está em
primeiro lugar. Tem que haver um esforço, mesmo que seja extraordinário, e
buscar esse remédio de que essa criança precisa. Não pode ficar na mesa do
Secretário da Fazenda ou da Saúde, ou na mesa do Governador do Estado. Não, tem
que buscar de uma forma ou de outra! Agora, também não posso dizer que o
laboratório doe o remédio, porque o laboratório fabrica o remédio. Ele pode
doar uma dose, dez doses, cinqüenta doses, mas depois ele não pode ficar...
Então,
o importante é fazer com que o Estado funcione, com que o Estado arrecade e,
portanto, tenha recursos para pagar as suas necessidades em Saúde, em Educação,
em Segurança, e não essa história toda que aqui fazem, tecendo loas ao
Presidente da República por todas as declarações que faz, que criou sete
milhões e meio de empregos em quatro anos! Mas, se a cada ano, entram no
mercado de trabalho, por condições naturais, quatro milhões de jovens! Nesses
quatro anos, entraram dezesseis milhões de jovens! Ele arrumou sete milhões e
meio de empregos, mas já havia gente desempregada!
É
por isso que Porto Alegre, na área metropolitana, tem quase 300 mil desempregados:
porque nós não criamos condições! E quando aparece uma Ford tem um maluco,
Governador do Estado, que manda ela embora, porque é imperialista, porque é dos
americanos, porque não sei quantas desculpas pode colocar. Mas a GM trouxe
riqueza para Gravataí, levou o seu Prefeito à Assembléia Legislativa, e brigam
para serem Prefeito de Gravataí e depois serem Deputados, porque a GM está lá
produzindo trabalho e recursos para toda aquela coletividade. Portanto,
tristemente, nós perdemos a Ford; mas a Bahia ganhou, e a Bahia também é
Brasil. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Ver. João Dib.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo. Ver.
Luiz Braz, nobres Vereadores, nobres Vereadoras, público que nos assiste, um
abraço todo especial e carinhoso aos transplantados que estão aqui presentes
numa reivindicação justa. Quero-me solidarizar com o Presidente da Casa pelo
seu pronunciamento.
E começo dizendo, Presidente Goulart, que só uma
pessoa diz que este País é uma maravilha, mas é um País em que, dia após dia, a
gente vê faltarem as coisas elementares: a coisa elementar da saúde, o direito
a uma medicação colocado em lei; segurança. E temos essa impunidade no País.
Com tantas medidas provisórias editadas, não há uma para acabar com a
impunidade das nossas prisões, a impunidade dos ladrões, todos de cara limpa
hoje. Ninguém mais teme nada da Justiça que afaga o que está fora da lei. Nós
estamos acostumados a ver que, neste Brasil, o cumprimento da lei não atinge
mais ninguém. O Presidente da República não cumpre a lei, e nós vamos querer
fazer o quê?
Agora, uma coisa, Sr. Presidente, nós já havíamos
comentado: a liberalidade de acesso a esta Casa. Ao menos o menor princípio de
segurança a Casa tem que exercitar. Não é proibir que a população, que o povo
venha a nossa Casa, mas nós temos que saber quem vem, nós temos que saber quem adentra nossa Casa. Ao menos isso tem
que ser feito pelo bom andamento, pela segurança dos nossos funcionários, pela
segurança do povo que vem a esta Casa, porque a insegurança procura os caminhos
mais fáceis; e a nossa Casa, realmente, era um dos caminhos mais fáceis que
podia existir por aí.
O
Ver. Dib também teceu considerações sobre uma campanha de antiprivatização, que
a gente vê aqui. Eu estou com medo, Ver. Dib, que a gente volte há 200 anos, e
queiram estatizar tudo. Estatização não dá imposto, Verª Maristela Maffei; não
dá imposto para o PT poder gastar! Nós temos 40% de imposto e o Presidente da
República tem 60%! Nós não temos justiça, não temos nada; não temos inclusão
social! Faltam habitações! Falta emprego, falta dignidade para o nosso povo! Só
não vê e não sabe aquele que não quer ver. Todos nós sentimos, em nossos
gabinetes, nas nossas casas, na rua, que a coisa está horrível; que os nossos
filhos se preocupam, os pais preocupam-se muito mais!
Nós
estamos na contramão da história, somos um País que cresce com essa riqueza
imensa que nós temos: recursos naturais, um povo boníssimo - hoje ele está
sendo bom demais, porque acho que perdeu o direito da indignação. Nós temos de
mudar! Não podemos ser um País, com essa riqueza toda, que cresce 2% abaixo da
média mundial! Agora, em compensação, temos o juro real mais caro do mundo! Nós
temos o imposto mais caro do mundo! Nós temos a gasolina, gente, mais cara do
mundo: 11% a mais, aqui dentro do Brasil, em comparação com outras economias
mundiais! E gasolina não é tirar dinheiro, como o PT diz, dos donos de empresas,
tirar da classe média. A classe média, aliás, no Brasil, para mim, não existe
mais. É 1% de abastado e o restante passando necessidades - nunca essas
diferenças foram tão grandes!
Mas
o que me espanta, meus senhores, é que há gente dizendo que está tudo bem. Está
tudo bem, nada! Está tudo mal, gente! Temos que resgatar a esperança, a
dignidade, a ética, a honestidade, a moralidade, a crença de nós podermos ter
solidariedade e amarmos uns aos outros. É isso que eu peço, neste momento: para
que a gente se una em busca do bem comum, e não em busca da ironia, da chacota
- tudo pelo Poder -, usando massas de manobra, como os sem-terra, os
desempregados, os sem-teto.
Nós
temos de mudar, nós temos de parar de fazer demagogia e enfrentar os problemas,
de fato; ter vontade política de realizar, arregaçar as mangas e fazer. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Vereador-Presidente Dr. Goulart está com a palavra.
O SR. DR. GOULART: Excelência, faz-se necessário dizer uma
coisa boa que aconteceu. Valeu a pena esse discurso, valeu a pena a atenção dos
Vereadores, valeu a pena a preocupação do Ver. Sebenelo, pois já íamos, agora,
lá na Jansen - eu e o Ver. Sebenelo -, para conversar. O laboratório acaba de
dizer que está encaminhando a medicação da Simone, e o Francisco Bernd, da
Secretaria Estadual de Saúde, está fazendo o depósito de 6 mil reais, neste
momento, referente ao Processo em que a Justiça mandou pagar a Simone. Muito
bom. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Cumprimentos,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores. É o papel desta Instituição, da nossa Câmara
Municipal.
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o
debate encaminhou questões envolvendo investimentos de capital no Estado do Rio
Grande do Sul, e o Ver. João Dib falava da recuperação. É bom que se diga aqui
- todos sabem, não estaremos trazendo novidade -, que a Chevrolet, a GM, os
investimentos que foram feitos já foram resgatados em face dos tributos e
demais desenvolvimentos que a GM produziu.
Olhem
só, eu tenho um conhecido que já me disse mais de uma vez: “Vereador, quando eu
passo na frente da Chevrolet eu lembro da Ford, eu devo estar com problema
psicológico”. Eu digo para ele que esse problema psicológico pode levar a um
problema psiquiátrico, porque toda vez, nessa rota que a maioria dos gaúchos
fazem pela freeway em direção ao litoral, quando passam,
Vereador-Presidente Braz, na frente da GM, lembram da Ford. Isto é um problema
psicológico. Eu não sei se, isso bem examinado, não caberia uma ação de
indenização ao dano psicológico que se causou a uma população.
Mas
todos sabemos...Camaçari ri e a Bahia agradece; Guaíba chora e o Rio Grande
lamenta - isso é toda a verdade. Discutir a autoria de quem mandou a Ford
embora? Está aí farta e inquestionável documentação imparcial. Os meios de
comunicação disponibilizam, dispõem de informações fidedignas, absolutamente
corretas. Então não vamos discutir isso.
Agora,
aqui foi discutida a questão financeira do Estado. Todos sabemos da questão
estrutural, a questão financeira do Estado. O Estado está com um problema
estrutural, com um déficit estrutural. Eu assisto na televisão alguém dizendo
assim: “Vou baixar 20% do tributo”. Não creio, absolutamente. Não creio que
alguém possa acreditar nesta afirmação, Dr. Raul: “Vou baixar os tributos em
20%”. Se pegarmos o Orçamento e quem conhece a situação calamitosa, difícil,
estrutural do Estado...
Eu
acho que nós estamos nas antevésperas de decisões extremamente importantes, e o
povo é destinatário do bem e do mal. O povo é destinatário de obras de bons
Governos e de maus Governos; quem paga a conta é o povo. E o povo, no dia 29,
será chamado a examinar as informações que ele tem. O povo já tem uma
quantidade de informações para avaliar e deverá avaliar em função dos
interesses maiores dele, povo, do Estado, independentemente, deste ou daquele
matiz partidário.
É
um momento extremamente importante que estamos vivendo, estamos com uma eleição
nacional, presidencial, e regionais para Governador.
Então,
esperamos, rogamos e rezamos para que o povo, que é quem vai pagar a conta, na
hora de votar, o faça com inteligência, que esteja consciente do ato
extraordinário que está realizando, que haverá de realizar. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, estava esperando passar esta semana pré-eleitoral para colocar em
pauta a discussão de um dos mais importantes projetos da Prefeitura de Porto
Alegre para a nossa Cidade.
Porém,
como tenho escutado alguns discursos desta tribuna, muito permeados pela
conjuntura eleitoral, eu antecipo, então, nesta Casa, a discussão que a
Prefeitura de Porto Alegre está iniciando com a Cidade, com relação à política
de melhoria para os usuários do sistema de transporte público de nossa Cidade.
Já
está em discussão na Prefeitura, e virá a esta Casa assim que terminarem as
eleições - até porque, se olharmos este Plenário, veremos que vários Vereadores
não se encontram aqui neste momento -, e nós queremos que esta discussão seja uma
discussão planejada e com o maior número de Vereadores e Vereadoras possíveis,
e será trazido em profundidade pelo Secretário Senna, o Secretário de
Mobilidade Urbana da nossa Cidade, numa vinda institucional a este Plenário
para a apresentação do Projeto Portais da Cidade. Eu antecipo algumas questões,
considerando que algumas inverdades estão sendo repetidas muitas vezes sobre
este Projeto.
Eu queria dizer que o que está sendo proposto para
Porto Alegre é uma melhoria para o usuário do sistema de transporte coletivo da
Cidade. Uma proposta de mobilidade sustentável, que tem como preocupação
exatamente o atendimento desta parcela da população que não usa automóvel no
seu cotidiano, mas que tem o direito de se locomover na Cidade com condições de
dignidade.
Todos nós, Vereadores e Vereadoras desta Casa, já
recebemos, ao longo dos últimos anos, reclamações da Associação dos Moradores
do Centro, dos usuários do serviço do Centro, e todos nós conhecemos a situação
de calamidade que é a Av. Borges de Medeiros em horário de pico, ou as questões
de poluição sonora e ambiental de uma forma geral, a que estão submetidas as
ruas, como, por exemplo, a Av. Salgado Filho. Todos nós, aqui, já nos colocamos
apoiando a luta dos moradores do Centro, que denunciam o barulho, o acúmulo de
automóveis, a dificuldade de locomoção. Todos nós, aqui, já fizemos discursos e
discursos defendendo a revitalização do Centro da Cidade. Portanto, está
chegando o momento de Porto Alegre começar a comemorar essas mudanças com o
novo Sistema de Mobilidade Urbana, proposto para a Cidade, que vai, inclusive,
além, de qualificar o
Centro, humanizá-lo, dinamizá-lo, vai também trabalhar o clássico problema a
que nós também já nos referimos tantas vezes, que é o “xis” da rodoviária, a
recuperação da Av. Borges de Medeiros, da Av. Salgado Filho, a agilização do
tempo e a melhoria de qualidade do transporte público e da acessibilidade para
a grande parcela da população que usa o transporte coletivo.
Portanto,
eu espero que essa discussão, que melhora as condições da população da nossa
Cidade, seja tratada com a seriedade que, historicamente, esta Casa tem
tratado, quando está em jogo o interesse da Cidade, e, neste caso, eu acho que
temos que tratar com toda a seriedade, sem partidarização, porque nós estamos
tratando aqui do Sistema de Transporte Urbano, que é exatamente utilizado por
uma parte da população que não tem dinheiro para usar os seus carros, ou usar
transportes individualizados.
Eu
queria já dizer ao Sr. Presidente que há uma solicitação do Secretário Senna, para
que, na próxima semana, se possa garantir um período de comparecimento neste
Plenário, para, dentro da lógica que rege os trabalhos do nosso Governo, do
Governo José Fogaça, que é a lógica do diálogo, do respeito, da autonomia dos
Poderes, mas preservando todos os canais de democratização e de transparência.
Estou fazendo a solicitação para o comparecimento do Secretário, para que nós
possamos, naquele período regimental, tirarmos aqui todas as dúvidas e
podermos, ao final, seguramente, comemorar mais esse avanço para a nossa
Cidade.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
O Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. RAUL: Sr.
Presidente, Luiz Braz; Vereadores e Vereadoras, aqueles que nos assistem através
da TVCâmara e aqui nas galerias, eu vim ocupar o tempo de Comunicação de Líder
com o intuito de me solidarizar com algumas questões que foram colocadas aqui,
que envolvem basicamente a questão da prevenção, seja na área da Segurança, em
que a Casa passou o que passou no dia de ontem, onde a gente vê a necessidade
realmente de, em todos os níveis, atuar de maneira preventiva, mais forte. Eu
mesmo, durante muitos anos, trabalhei como médico comunitário - e ainda
trabalho -, passando em várias vilas da nossa Cidade, e sempre pensei que isso
era uma imunidade para mim. Há uns três anos, na saída de uma Unidade de Saúde,
fui vítima de um assalto à mão armada, com carro e bens particulares roubados,
coisa que há alguns anos não se esperava que acontecesse. E assim aconteceu, na
mesma região, com médicos, com professores.
Eu gostaria também de me solidarizar com o que foi
falado aqui a respeito dos transplantados, dizendo que eles têm que ter uma
atenção especial e permanente da autoridade de Saúde.
Ao mesmo tempo, gostaria de testemunhar, porque uma
das atividades à qual eu me dediquei foi a de Delegado Regional de Saúde da 1ª
Coordenadoria do nosso Estado por um período, trabalhando com o então
Secretário, hoje Deputado Federal, Osmar Terra, e convivi com essa questão dos
medicamentos, que é extremamente grave. E as pessoas que estão na coordenação
desse processo se dedicam extremamente a isso. Hoje, o Secretário João Gabardo,
também o Francisco Bernd, e em especial a pessoa que cuida da nossa farmácia ali
na Borges de Medeiros, fazendo um trabalho fantástico, mesmo com todas as
dificuldades, que é a Dona Carmem, a cujas pessoas eu gostaria que fosse feito
um elogio em função dos milhares de processos a que estão submetidos e do
excelente trabalho que prestam, mesmo com todas as dificuldades.
Eu
gostaria também de agradecer aos meus eleitores pelos votos que me deram na
última eleição e também dizer da minha felicidade de, a partir do ano que vem,
estar aqui como Vereador titular. Quero felicitar o Ver. Ibsen Pinheiro por ter
conquistado mais uma vez a sua cadeira na Câmara Federal. Gostaria de me
apresentar, principalmente para quem nos assiste através da TVCâmara, como
pessoa, porque eu já assumi em torno de dois meses nesta Casa, nos últimos dois
anos. Mas, já houve, na mídia, colegas que não me conheciam.
Então,
apesar de eu estar sempre neste plenário, eu gostaria de apresentar um pequeno
currículo. Sou médico comunitário há mais de 25 anos, já fui Delegado Regional
de Saúde, presidente do Petrópole Tênis Clube, “grande goleiro”! Fui da
coordenação do Fundo Estadual de Assistência Social, fui conselheiro da Unimed, enfim, hoje
sou Presidente do Conselho Consultivo do Petrópole Tênis Clube, fui, até
recentemente, Presidente do Lions Clube Porto Alegre-Monte Castelo, enfim, fui
da Coordenação Médica do IPE. Então, essas são algumas das ações que a gente já
desempenhou e desempenha por aí. Registro isso para que as pessoas possam se
habituar mais com a minha presença, porque acho que a partir do ano que vem estaremos
aqui com mais freqüência.
Para concluir, parafraseando o Ver. João Dib, saúde
e paz para todos!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado.
Passamos ao
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; senhoras e senhores, se os senhores quiserem,
verifiquem os Anais da Câmara, seus processos, e vejam quem solicitou as
câmeras de monitoramento para garantir a segurança desta Casa. Lembram da Lei
que aprovamos aqui a respeito do monitoramento das câmeras de vídeo nos bancos?
Pois isso significa segurança, mas esse negócio tem que funcionar, e funcionar
sempre; por isso a nossa atenção e preocupação, em primeiro lugar, com os
servidores da Casa, com os servidores do sistema financeiro, com a vida dessas
pessoas. Portanto, a nossa solidariedade àqueles servidores que estiveram ontem
cara a cara com os marginais que roubaram os vales-transporte desta Casa, que
hoje devem estar sendo vendidos - ou ontem mesmo - aqui no Centro da Cidade, no
famoso “vale, vale, vale, vale”! Não há fiscalização! Lembro-me que, quando fui
Secretário da SMIC, inclusive um servidor público foi pego com 800 VTs no
Centro; ele foi levado para a 1ª DP, e inclusive eu fiz esse acompanhamento. É
preciso determinação, vontade política para fazer a fiscalização daquilo que
tem que ser efetivamente fiscalizado! Não haveria esse roubo de VTs e os
assaltos sistemáticos no Trensurb, se acabassem com a venda de VT ilegais no
Centro da Cidade. Isso é proibido por lei, portanto tem que ser fiscalizado!
Como há que fiscalizar a Av. Borges de Medeiros, porque está tomada de camelôs,
vendendo DVDs, CDs. Não dá mais para cruzar, no final da tarde, a Rua Dr.
Flores, e imaginem circular agora pela Av. Voluntários da Pátria. Depois era o
Adeli que era xerife, que era autoritário - como diz um colega Vereador aqui:
“O maior autoritário de todos os tempos da SMIC!” Mas havia ordem na Cidade.
Não existia essa bagunça e pessoas vendendo bugigangas em todos os cantos!
Vamos discutir essas coisas! Eu fiquei ouvindo
desde as 14h até às 16h30 todas as outras pessoas! Estamos agora em Grande
Expediente e temos que debater essas questões! Eu poderia vir aqui falar,
também, como alguns vieram falar, e fazer umas boas provocações sobre as
eleições, sobre as pesquisas que não aparecem na imprensa, mas hoje está
rolando pela Internet uma pesquisa do Instituto Methodus... Eu sou como o Ver.
João Dib, eu me contento em discutir as coisas da Cidade, porque sou e fui eleito
Vereador! Não fui eleito Deputado, nem estadual e nem federal. Portanto, vamos
nos ater às coisas da Cidade.
Esse negócio de vir aqui falar da Saúde, como
ontem, em que há uma montanha de dinheiro, que aumentou isso e aquilo, é uma
contradição! Ontem, o próprio Presidente fez uma correção, disse que aumentou a
verba aplicada em Saúde, e hoje vem aqui uma denúncia de que o problema é grave
em Porto Alegre, não só no Município, mas no Estado, que não dá medicamentos de
uso continuado. Isso não é competência do Município; é competência do Estado!
Mas vamos falar de Saúde. E o Posto da Castelo?
Virou uma tapera, lá na Restinga! Ou alguém desconhece isso?! A Verª Neuza
Canabarro conhece. Está virado numa tapera! Não há atendimento, o PSF da
Castelo foi para as cucuias, depois de 22 assaltos!
Então, a questão da insegurança em Porto Alegre não
é só dentro da Câmara de Vereadores! É na Vila Castelo; são os traficantes da
Vila Pinto! Dois traficantes da Vila Pinto são os que controlam a exploração
sexual das meninas da Intercap - têm nome e endereço! Têm nome e endereço!
(Enfatiza.)
Agora, nós precisamos discutir legislação. Aqui,
poucas vozes se levantaram contra a decisão que proibia os nossos Guardas
Municipais de usarem arma nos parques. Algum Promotor, algum Juiz, alguma
autoridade tem coragem de ir aos parques à noite sem usar arma de fogo? Como é
que a Guarda vai trabalhar desarmada - seja aqui dentro da Câmara, num prédio
público, numa praça, ou seja lá onde for?! Por que foi proibido à Guarda
Municipal agir na Praça da Matriz? Lá os carros são arrombados - são
arrombados! (Enfatiza.) O Centro está numa insegurança brutal! Vejam o Viaduto
Otávio Rocha. Se nós tivéssemos dois Guardas armados naquele trecho, onde há um
dos mais importantes patrimônios desta Cidade, as luminárias não teriam sido
todas arrebentadas com tiros! Estão quebradas por pedradas e tiros, no Viaduto
da Borges! Nome oficial: Viaduto Otávio Rocha. Não sou eu apenas que digo isso;
eu li no jornal. Inclusive, passo lá todos os dias e vejo a situação que está
hoje a Praça Daltro Filho, tomada pela marginalidade! Na Rua José do
Patrocínio, há assalto dia sim e outro também! Pelo Viaduto Otávio Rocha
nenhuma pessoa pode cruzar, ainda mais idosos e senhoras! São atacados! E até
na Praça da Matriz, a alguns metros da nossa Catedral e do Palácio, os carros
são arrombados! E esse debate não vale?! Esta Porto Alegre ninguém quer ver! Eu
gostaria de ver a base do Governo, os defensores do Governo Municipal dizerem
que a Cidade está bem. Vão dizer também que a Cidade está limpa. Eu passei hoje
pela Av. Protásio Alves, principalmente da Manoel Elias em diante, até o Passo
Dornelles, e vi o lixo, o descarregamento de tudo o que se possa imaginar de
entulho ao longo do final da Av. Protásio Alves! Mas não é diferente na
Intercap, passando a PUC, onde há um terreno abandonado que virou um lixão.
Então, essas são as questões de Porto Alegre. Ou
este debate não interessa? Nós somos Vereadores. Mas, esses dias, um Vereador
veio aqui fazer provocações sobre a bomba atômica na Coréia do Norte. É
evidente que nós repudiamos isso, mas nós também queremos resolver o problema
da insegurança na Cidade, o problema da sujeira da Cidade, da falta de
atendimento nos postos de saúde. Ou alguém procurou ir a um posto de saúde no
Belém Novo? Na Serraria? Na Lomba do Pinheiro? No Bairro Navegantes? Para não
falar no Postão, que é aquela tragédia de um prédio totalmente esculhambado,
sujo, onde não há uma repartição, não há uma divisória entre as pessoas que
estão fazendo tratamento para tuberculose e as que vão fazer tratamento
psiquiátrico. Não sou eu quem está dizendo, isso já apareceu até na imprensa, e
continua assim.
Agora,
esse negócio da EPTC! Isso é uma pura cortina de fumaça. Não é má vontade
nossa, da oposição. Mas esse negócio dos Portais da Cidade é brincadeira! O
Ver. João Dib já mostrou o folheto. Muito bonito no papel. Só que é o seguinte:
está sendo discutido com toda a Cidade? Ontem houve discussão com um jornal de
bairro; houve com os engenheiros; é como o Plano Diretor: quem vota são os
Vereadores, mas o Sinduscon já está dando opinião sobre o novo Plano Diretor da
Cidade, sobre o qual não temos nem notícia, muito menos cópia. Ou V. Exª tem alguma cópia, Ver. João Antonio Dib, da
proposta do Plano Diretor? V. Exª , que já foi engenheiro, já foi Secretário,
já foi Prefeito... Mas está no jornal, hoje, que o Sinduscon está dando
opinião! Mas opinião sobre o quê? Não apareceu na Câmara ainda! Quer dizer, vão
apresentar na semana que vem os Portais da Cidade para a Câmara de Vereadores!
Uma brincadeira, não é? Estão discutindo com todo o mundo na Cidade, quem tem
de votar somos nós e somos os últimos a saber! Depois, quando você emite uma
opinião, discordando, você está de má vontade com a Cidade! Eu não estou de má
vontade com a Cidade! Agora, construir uma meia-boca de shopping center
aqui, no Largo Zumbi dos Palmares?! Na Azenha!? Mas o que é isso?! Vamos
discutir! Eu quero ver esse Projeto! Agora, esse negócio de apresentar para
Deus e todo o mundo, menos para nós?! Estou falando de dois casos! Dois casos:
Plano Diretor e Portais da Cidade. Depois, dizem que este é um Governo que
discute com a sociedade?! Com parte da sociedade! Mas com quem? Porque aqui
está 100% da votação, ou não está, Ver. João Antonio Dib? V. Exª é quem sempre diz que aqui está a
representação de 100% da Cidade. Pois aqui há os votos também para decidir se
somos a favor ou contra. E temos, também, força de mobilização para mover a
sociedade para se colocar contra aquilo que nós achamos que está errado!
Então,
eu fiz, hoje, um pot-pourri de um conjunto de problemas da Cidade, já
que sou Vereador, e não vou entrar aqui na provocação de discutir as eleições.
A gente deixa isso para segunda-feira. Muito obrigado, foi um privilégio.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Grande Expediente, por cedência
de tempo do Ver. Alceu Brasinha.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, foi até com um certo estardalhaço que o
Ministro do Desenvolvimento esteve no Rio Grande do Sul, entregando as
alforrias para os quilombos, feitas pelo Ministério do Desenvolvimento. Com a
presença do Ministro Guilherme Cassel e da Secretaria Especial de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial, prometeram, Ver. Braz, que o quilombo, nas
proximidades da Av. Nilo Peçanha, seria oficializado pelo Governo Federal.
Estavam na oportunidade a Verª Sofia Cavedon, o candidato ao Senado, Miguel
Rossetto. Só que isso aconteceu na metade do ano passado. Este ano já passou,
já está no fim, e nós não conseguimos oficializar o Quilombo dos Silva, na Av.
Nilo Peçanha. Não chegou nenhum documento. Essa questão fundiária fez com que a
comunidade do Morro Alto, em Maquiné; a comunidade de Manoel Barbosa, em Gravataí;
a comunidade de Casca, em Mostardas; as comunidades de São Miguel e de Rincão
dos Martimianos, na região de Restinga Seca; comunidades negras, rurais, todas
essas comprovassem, definitivamente, Ver. Adeli, serem descendentes de
escravos, onde funcionaram antigos quilombos.
Pois,
desde então até hoje, nós temos a promessa da oficialização, e parece que ela
foi esquecida em alguma gaveta do Ministério, porque nunca mais houve nenhuma
manifestação, e eu solicito à ausente Bancada do Partido dos Trabalhadores, com
a presença apenas do Ver. Adeli Sell - se eu procurar alguém, aqui, do Partido
dos Trabalhadores, estão todos ausentes, há bastante tempo, do nosso plenário.
E,
a seguir, eu gostaria de falar sobre as questões da área da Saúde. Realmente,
nós temos tido dificuldades muito fortes e algumas questões relacionadas com o
fechamento do Hospital de Viamão, com o quase fechamento da Beneficência
Portuguesa e de outros hospitais. Indiscutivelmente, esses são produtos não de
má administração, de má gestão, mas da não-reformulação das tabelas do Sistema
Único de Saúde. Esses hospitais que vivem apenas do Sistema Único de Saúde têm
tabelas absolutamente arcaicas, não revisadas e incompatíveis com qualquer tipo
de administração. É impossível a sobrevivência de um hospital que se dedique,
exclusivamente, ao Sistema Único de Saúde, quanto à questão da atualização dos
preços. Só para se ter uma idéia, uma diária que num hospital particular
estaria entre 200 e 300 reais, é recebida pelo SUS, na média, entre 23 a 25
reais. Então, pagando apenas 10% desse custo é fácil de fazer saúde, quando, na
verdade, nós estamos precisando que essa tabela seja, pelo menos, humanizada,
porque é desumano exigir que um trabalho seja prestado em proporções
pecuniárias ínfimas e que fazem com que, muitas vezes, se lancem sobre as
gestões dos hospitais e postos de saúde suspeitas pelo insucesso desses
hospitais, pelo fechamento dos hospitais. Hoje, estão sendo fechados mais 35
leitos, inclusive alguns particulares, na área da hospitalização psiquiátrica.
Então,
nós vivemos uma crise imensa por causa disso, nós vivemos com uma defasagem
fantástica em relação ao dinheiro do Estado. E, indiscutivelmente, a Deputada
Federal Yeda Crusius vai perder o sono muitas vezes, no ano que vem, para resolver
as questões de um Estado que, há muito tempo, vem perdendo o seu poder não só
aquisitivo, mas o poder de investimento, o poder de solução de problemas que
são um desafio imenso para as comunidades, para todas as comunidades, e quando
alguma coisa dá certo na área da Saúde, é porque tem parceria com a área
privada, apesar de os nossos Vereadores com acento mais à direita do plenário
não gostarem de nada empresarial, de nada que tenha alguma coisa com o lucro e
com a privatização. Mas as Parcerias Público-Privadas têm demonstrado muito
mais - e talvez seja essa a solução da área da Saúde - agilidade, muito mais
compreensão da atual questão da Saúde. Nós temos, de um lado, a formação de
grande quantidade de pessoas que se especializam em trabalhar nessa área; de
outro, há uma demanda fantástica do número de pacientes; e, no meio, há um
grande muro, que é o Estado brasileiro, que impede esse atendimento, quanto
mais não seja por todos os motivos, mas por um orçamento que tem que aumentar,
porque hoje nós ainda temos uma cifra muito baixa em relação ao número de
dólares per capita anual para a Saúde de países como o Uruguai, em torno
de 300 dólares, e a Argentina, com 370, 380 dólares. O nosso País, que é muito
maior, tem 180 dólares per capita; a Bolívia já se aproxima muito
do Brasil. Nós estamos numa situação, na Saúde, muito longe daquela proximidade
da perfeição apregoada, essa é a forma de mentir. Isso não é verdade, nós
estamos num momento muito ruim, muito delicado. Agora, o Hospital Conceição
anuncia que aquela antiga emergência, que está aberta com cento e tantos
leitos, está sendo fechada, e os pacientes encaminhados ao Gestor de Saúde do
Município, para que seja dada uma solução.
Ora,
mas se já não há leitos em Porto Alegre, nós vamos fechar mais leitos? Nós
estamos num momento crítico da Saúde, em que inclusive a esfera federal está
contribuindo para o apequenamento das emergências, está ainda contribuindo de
uma forma extremamente rápida, exigindo agilidade de um sistema, que não só é
moroso, como é incapaz de resolver esse tipo de problema. Então, nós não
podemos, em 24 horas, Ver. Dr. Raul, V. Exª
que tem experiência no assunto, mandar mais de cem pacientes para o
gestor municipal para ele distribuir na rede, se a rede é insuficiente e não
existe!
Então,
essa é uma questão extremamente difícil, este é um momento em que nós
precisamos, inclusive, somar esforços, estadual e, especialmente, federal, para
resolver problemas. Todos os dias alimentaremos a sanha oposicionista no
sentido de manter viva esta crítica que é feita, muitas vezes, de uma maneira
perversa, tendo a seu favor a oposição nesta Casa, um esquema perverso, um
sistema perverso mantido pelo órgão Federal, pelo Ministério da Saúde, que não
reformulou ainda as tabelas do Sistema Único de Saúde e que vê a falência de
inúmeros hospitais no Brasil.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Ver. Claudio Sebenelo.
Encerrado
o Grande Expediente.
Passamos
à
DISCUSSÃO PRELIMINAR
(06 oradores/10 minutos/com aparte)
3ª SESSÃO
PROC. N. 4969/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 046/06, que estima a Receita e fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para
o exercício econômico-financeiro de 2007.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
(Pausa.) Ausente. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a
Pauta Especial.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
continuamos falando em Pauta Especial sobre o Orçamento da Prefeitura. Mas o
Orçamento não são só números, tem vários detalhes. É importante também que a
população saiba o que foi feito, o que está sendo feito e o que está sendo
previsto para ser feito no ano que vem. Temos boas notícias: o Programa
Integrado Socioambiental foi aprovado pelo BID, e esse Programa irá elevar o
percentual do esgoto cloacal tratado em Porto Alegre para os níveis de 70%,
75%. Hoje - pasmem, senhoras e senhores -, somente 27% do esgoto é tratado em
Porto Alegre. Porto Alegre tem 200 e tantos anos e somente 27% do esgoto é
tratado. E o pior ainda é que muito do esgoto pluvial foi transformado em
esgoto misto, Ver. João Antonio Dib, o que causa uma poluição impressionante.
Ver.
João Antonio Dib, ontem de manhã cedo eu estive na Pedra Redonda, lá na praia
de Pedra Redonda que o senhor tão bem tratou, pois lá, o esgoto cloacal,
misturado ao pluvial, sai diretamente em cima de uma pedra na Pedra Redonda,
Dr. Raul. E terá condições de balneabilidade essa praia? Nunca! Eu tenho
fotografias, é uma coisa triste, Dr. Raul, V. Exª é médico e vê que os grandes problemas de saúde também são por
falta de saneamento básico. Em pleno século XXI o esgoto ainda é jogado na praia,
in natura. Pior, o esgoto da área central é totalmente jogado in
natura, no Guaíba, na água que nós bebemos.
O Programa Socioambiental foi aprovado pelo BID e
deverá ser assinado no próximo mês de março de 2007, inclusive o financiamento
foi aumentado de 110 milhões para 160 milhões de dólares, que é um investimento
fabuloso que Porto Alegre irá fazer em saneamento básico.
No
Viaduto Leonel Brizola também já iniciaram as obras. Ele será financiado pelo
Fonplata, que é um fundo de investimento da América Latina.
Na
área da Habitação, 61 famílias foram beneficiadas, agora, na Av. A. J. Renner. As
unidades da Vila dos Papeleiros, onde todo mundo passa e vê: 213 famílias serão
beneficiadas - as obras estão praticamente concluídas, faltando mais alguma
coisa de estrutura básica. Na vila Dona Teodora 163 famílias serão
beneficiadas. Na Rua Frederico Mentz 124 famílias serão beneficiadas.
Também pelas obras da Vila Tronco, Ver. Adeli Sell, V. Exª , que tem grande
conceito na Vila Tronco, 152 famílias serão beneficiadas. Na Estrada Cristiano
Kraemer, 140 famílias. E uma dívida muito antiga que nós temos com os
índios: haverá também um espaço caingangue para 23 famílias. Há também as obras
do Condomínio Princesa Isabel, que já está sendo entregue para mais 172
famílias. São obras que estão diminuindo o elevado déficit habitacional da
nossa Capital, estimado em 80 mil moradias. É muito pouco ainda? É. Mas muito
temos a fazer. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver.
João Carlos Nedel.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
a Pauta Especial.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver.
Braz, colegas Vereadores e Vereadoras, como “perguntar não ofende”, eu queria
perguntar aos membros do Governo qual a posição que os Srs. Vereadores e as Sras
Vereadoras têm sobre um conjunto de questionamentos que nós fizemos aqui acerca
da arrecadação. Eu pergunto: vamos ter uma parceria em defesa da Cidade para
resgatar um triunfo que Porto Alegre tinha, que é o posto fiscal ali depois da
Ponte do Guaíba? Sim ou não? Ou V. Exas serão coniventes com essa política criminosa do Governo
do Estado, que foi acabar com aquele Porto Fiscal, que vai dar um rombo de 20
milhões no Caixa da Prefeitura, este ano, e 50 milhões no ano que vem? Nós, que
somos da Comissão de Finanças desta Casa, tivemos um debate interessante com o
Sindicato dos Técnicos do Tesouro. Isso não é invencionice do Ver. Adeli Sell;
são dados reais, concretos, palpáveis, e todo mundo viu na apresentação, há
alguns dias, aqui, os números da Prefeitura do último quadrimestre, que nós
aumentamos a arrecadação de ISS, aumentamos bastante a arrecadação de ITBI,
aumentamos um pouco a arrecadação do IPTU, mas a parte de retorno do ICMS é uma
vergonheira.
Eu
só queria fazer essa pergunta, hoje, para não perturbar demais as pessoas.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O Ver. Adeli Sell está preocupado com o
encerramento das atividades do Posto Fiscal ali da Ilha da Pintada. Diz que
está pedindo resposta. Evidentemente não cabe ao Vereador responder, e, sim,
caberia ao Governo do Estado responder, dizendo das razões por que aquele Posto
foi fechado.
Mas
eu quero dizer que nós temos um Orçamento consolidado, para o ano que vem, de
dois bilhões, 675 milhões, em números redondos. Destes dois bilhões, 675
milhões, 55% são de Receitas Próprias do Município; 41% são de transferências,
onde está o SUS, onde está o ICMS, onde está o Fundo de Participação do
Município, o Fundef; tem a Lei Kandir, aquela série de recursos que totalizam
41%; e 4% são Operações de Crédito, ou seja, Receita de Capital. E esses 4% eu
tenho as minhas dúvidas que se realizem, em razão das dificuldades que a
Prefeitura encontrou, quando os que nos antecederam na Cidade deixaram, em
primeiro lugar, os computadores sem informações, mas, pior do que isso,
deixaram contas a pagar e deixaram que a Prefeitura perdesse o crédito. Coisa
extremamente difícil de pensar que fosse possível um dia na cidade de Porto
Alegre: a Prefeitura perdeu o seu crédito internacional.
Olha
que a Prefeitura passou por momentos muito difíceis! Quando o Dr. Loureiro da
Silva assumiu a Prefeitura, o atraso de pagamento dos servidores era de quatro
meses. Mesmo assim, a Prefeitura tinha condições de fazer um empréstimo
internacional, e fez, de três milhões e 150 mil dólares, para fazer a
Hidráulica do Menino Deus. E pagou o empréstimo, o mais importante, como pagou
todos, todas as vezes. Agora a Prefeitura do Dr. Adeli Sell saiu daí e deixou
atrasos de dois ou três anos que deveriam ser pagos internacionalmente, e não
foram.
Então, eu tenho minhas dúvidas de que esses 4% do
Orçamento possam ser realizados. Este ano, era mais ou menos isso que havia
também, e eu ainda não vi operações capazes de cobrir os 4% do ano de 2006. Mas
eu faço votos de que, de repente, as coisas melhorem e se consiga fazer esse
ingresso de recursos internacionais para investimentos, o que completa os 100%
da proposta orçamentária. Estão aí a Administração Centralizada, as autarquias,
o que faz com que se possa pensar com tranqüilidade em algum superávit primário
para que a Prefeitura readquira aquilo que ela não havia perdido por cem anos,
e, nos três últimos anos da Administração passada, liquidaram com o crédito da
Prefeitura.
Então, eu faço votos de que a Administração Fogaça
consiga - e acho que vai conseguir - a recuperação do crédito perdido, porque
eles estão atuando muito bem, e nós vamos então ver os 21 programas do Prefeito
José Fogaça na sua proposta orçamentária serem implementados, para satisfação e
alegria de todos os porto-alegrenses. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Obrigado, Ver. João Dib. A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, estamos, nesta tarde,
quase noite já, dando prosseguimento a mais uma rodada de debates sobre a
proposição enviada pela Prefeitura de Porto Alegre que apresenta a proposta do
Orçamento para o ano de 2007 no nosso Município. Nós já tivemos oportunidade de
discutir, várias vezes, mas é sempre importante retomar, porque esse é um tema extremamente
importante para qualquer Município, para qualquer cidade.
Eu queria retomar, preliminarmente, assim, o que
nos dá alegria nesta discussão, que é o conceito que rege a nossa política na
Prefeitura de Porto Alegre, incorporando a questão da integração entre as
Secretarias e uma apresentação da Lei Orçamentária com projetos, como preconiza
a ONU e como é implementado por todos aqueles Governos democráticos, o que
possibilita uma maior transparência, uma maior possibilidade de acompanhamento
por parte desta Câmara e do conjunto da Cidade. Nós sabemos que esses programas
refletem um maior realismo, o custo efetivo suportado pelo Poder Público na
busca de solução de problemas enfrentados, sendo que pelos programas do nosso
Governo isso tem uma importância muito grande. Nós temos procurado dar a
importância que isso tem, porque ainda é muito recente essa metodologia de
trabalho, e aqueles que não estão acostumados com ela precisam discuti-la, para
que possam contribuir para que as políticas públicas do nosso Município se
efetivem com mais eficiência e que nós possamos, com todo esse sistema de
transparência que se reflete na Proposta Orçamentária da nossa Prefeitura,
acompanhar o dia-a-dia dos trabalhos do Executivo.
A outra questão que nos orgulha nesta discussão é
que nós, da Prefeitura de Porto Alegre, desde o período da campanha eleitoral,
por meio do compromisso do Prefeito José Fogaça, dizíamos que o aumento da arrecadação do nosso Município
não viria através de aumento de impostos; pelo contrário, o que nós temos feito
é exatamente aumentar a arrecadação própria do Município, através de
investimento em tecnologia da informação, em melhores condições de trabalho
para os servidores do nosso Município, o que tem possibilitado um aumento das
nossas receitas. E nós, inclusive da Câmara, já discutimos vários Projetos de
Lei que chegaram aqui, vindos do Executivo, que comprovam essa preocupação de
aumento da arrecadação pelos incentivos. Nós aqui aprovamos, inclusive nesta
Casa, o Tribunal Administrativo de Recursos Tributários, as modificações para
que ele pudesse atuar de maneira mais ágil, buscando a solução às demandas
administrativas dos contribuintes.
Nós
também podemos registrar que em 2007 acontecerá um aumento da base de
arrecadação; e isso será possível pela realização dos levantamentos
aerofotogramétricos - o que nós achamos que é também uma modernização que
possibilita cumprir essa finalidade de identificar as economias omissas do
cadastro fiscal.
Nós
também destacamos a questão das decisões instituídas pela Prefeitura de Porto
Alegre com os cartórios e tabelionatos, o que permite o maior acesso às
informações sobre as operações tributárias do ITBI.
E,
por último, nós destacamos também a expansão da declaração eletrônica das
prestações de serviços e o sistema integrado da administração tributária. Acho
que esse sistema de qualificação, o sistema de incentivo, o sistema de estímulo
aos serviços da Administração Pública da Prefeitura, mordenizando a sua
estrutura, respeitando os seus servidores e os qualificando, têm sido
instrumentos eficazes, eficientes, democráticos para o aumento da arrecadação,
que se reverte, pelo nosso conceito, na melhoria de condição de vida das
pessoas das áreas de periferia da nossa Cidade.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.)
Desiste. O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta
Especial. (Pausa.) Ausente. O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para
discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Desiste.
Passamos
à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. N. 3910/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 169/06, de autoria do Ver.
Aldacir Oliboni, que estabelece critérios para formação da fila de
espera nos locais de prestação de serviços de saúde, assistência e previdência,
no Município de Porto Alegre.
PROC. N. 4761/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 208/06, de autoria do Ver.
Adeli Sell, que institui o Programa Incentivo à Prática de Esqueitismo
no Município de Porto Alegre,
mediante a instalação de equipamentos para a prática do esporte em parques de
grande concentração ou de grande circulação e em espaços públicos apropriados e
sem destinação específica.
PROC. N. 4773/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 209/06, de autoria dos
Vereadores Raul Carrion e Manuela d'Ávila, que acrescenta art. 2º-A à
Lei nº 8.204, de 15 de setembro de 1998, que obriga as instituições bancárias
de Porto Alegre a destinarem um
banheiro para utilização do público, estabelecendo pena de multa de 1.000 UFMs
à instituição infratora.
PROC. N. 4974/06 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 047/06,
que declara de utilidade pública a Sociedade Beneficente Bom Pastor.
PROC. N. 2977/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 117/06, de autoria do Ver.
Alceu Brasinha, que torna obrigatória a instalação de brinquedos
adaptados para crianças portadoras de deficiências nos parques e áreas de lazer
do Município.
PROC. N. 4715/06 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 008/06, que altera, inclui e revoga dispositivos
da Lei Complementar nº 07, de 07 de dezembro de 1973, que institui e disciplina
os tributos de competência do Município, e da Lei Complementar nº 113, de 21 de
dezembro de 1984, que institui a Taxa de Coleta de Lixo no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
Revoga as Leis Complementares: nº 307, de 23 de dezembro de 1993, que isenta os
aposentados, inativos e pensionistas do INSS - Instituto Nacional do Seguro
Social, do Pagamento da Taxa de Coleta de Lixo; nº 396, de 27 de dezembro 1996,
que altera dispositivos da Lei Complementar nº 07/73, que define base de cálculo e alíquota do IPTU para imóveis
localizados na zona urbana do Município, com utilização na produção agrícola e
dá outras providências; e o art.
2º da Lei Complementar nº 438, de 30 de dezembro de 1999, e dá outras
providências. Com Emendas nos. 01 e 02.
2ª SESSÃO
PROC. N. 2995/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 122/06, de autoria do Ver.
Claudio Sebenelo, que denomina Rua Paulo Ribeiro de Bitencourt o
logradouro público não-cadastrado,
conhecido como Rua B - Loteamento Nossa Senhora da Esperança, localizado no Bairro Belém Velho. (Este
projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será
considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC. N. 4743/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 206/06, de autoria do Ver.
Adeli Sell, que denomina Rua Dawid Jozef Kapel o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua
4385, localizado no Bairro Teresópolis. (Este projeto com parecer favorável
das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo
requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC. N. 4860/06 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 045/06,
que autoriza a abertura de créditos adicionais especiais no orçamento da
Administração Direta - Encargos Gerais do Município e do PREVIMPA.
3ª SESSÃO
PROC. N. 4412/06 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 023/06, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que
altera a redação do § 2º do art. 1º e do inciso I do art. 2º da Lei
Complementar nº 555, de 13 de julho de 2006, que proíbe o uso de produtos
fumígenos em recintos coletivos e em recintos de trabalho coletivo, exceto para
as áreas destinadas exclusivamente a esse fim, desde que devidamente isoladas e
com arejamento conveniente, excluindo do conceito de recinto coletivo os locais
com área de atendimento inferior a 40m² (quarenta metros quadrados) e os locais
abertos ou ao ar livre.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu lastimei que, na
última Sessão, na Sessão de ontem, nós não tivéssemos realizado o período de
Pauta. Nós poderíamos ter realizado, sem nenhuma dúvida, mas havia intolerância
e pressa. E terminamos a sessão 17h40min, e poderíamos levá-la até às 18h30min,
e precisaríamos de 25 minutos, apenas, para vencermos a Pauta.
Mas
vejam que o Executivo manda um Projeto de Lei em que altera isenções de
aposentados inativos e pensionistas do INSS. É uma coisa que tem de ser muito
bem estudada, eu não posso considerar que alguém que tenha uma propriedade de
alto valor, só pelo fato de ela ter uma propriedade de alto valor, mas se ela
tem um rendimento de até três salários mínimos que ela venha a pagar IPTU, que
ela venha a pagar Taxa de Lixo.
Eu
vivi muito tempo na Prefeitura, no DMAE, e um dia recebi um dono de uma casa
que eu conheci, a casa que era de luxo, ele teve um excesso elevado de água e
ele não podia pagar; ele estava desesperado, ele chorou na minha frente e
disse: “O senhor conhece a minha casa, mas eu não fiz aquela casa, eu recebi de
herança, e eu não posso pagar isso aqui!” Eu disse: “Tudo bem, o senhor pode
parcelar a conta, nós podemos fazer uma revisão porque é uma fuga não-aparente,
vai diminuir o valor da conta”. O homem saiu feliz da vida. Era uma casa de
luxo e ele não tinha rendimento para pagar a conta. Mas, mais grave do que
isso, uma senhora viúva de uma pessoa que prestou relevantes serviços à cidade
de Porto Alegre, tanto que o seu nome está em uma avenida importante. Ela,
quando foi procurada para pagar o IPTU, não podia pagar, ela não tinha o
rendimento maior do que três salários. Então, aconselharam-na: “A senhora venda
a propriedade”. Ora, mas ela casou naquela casa, os filhos nasceram naquela
casa, ela estava só naquela casa. Como é que ela iria vender?
É
por isso que eu acho que na Pauta nós temos de discutir estas coisas, para depois
não votarmos sob a égide do art. 81 - sob o Regime de Urgência - e nós não
vamos ficar sabendo dessas coisas. Porque só a ementa do Projeto da Prefeitura
tem metade da folha aqui; só a ementa.
Eu
acho que nós temos de cuidar um pouquinho mais da Pauta, período em que nós
podemos, com mais tempo, trocar idéias, trocar informações e não apenas “a
Pauta, deixa para depois”; até mesmo por que este Projeto tem de ir junto com a
proposta orçamentária. Não se pode deixar para depois! E há outras coisas aqui que
precisam ser olhadas com muito carinho.
Então,
eu fico contente quando os Vereadores, com atenção, discutem a Pauta; mas eu
olho e aí fico preocupado, mas segunda-feira deverá estar melhor.
O
Ver. Brasinha - que ali está - diz que quer brinquedos adaptados para crianças
portadoras de deficiência nos parques e áreas do lazer do Município. Vereador
Brasinha, faça um Pedido de Providências, vá conversar com o Secretário Beto
Moesch e com outros Secretários e pode ter a certeza de que conseguirá alguma coisa;
agora, por Lei não vai acontecer nada. Mas nada mesmo! Até porque a Lei não é
muito santa.
O
Ver. Adeli Sell quer o Programa de Incentivo à Prática de Esqueitismo no
Município de Porto Alegre, mediante a instalação de equipamento para a prática
do esporte em parques de grande concentração ou de grande circulação e em
espaços públicos apropriados e sem destinação específica. Eles sabem que isso
aí não se pode fazer como Lei; assim como o Ver. Oliboni quer estabelecer
critérios para a formação de fila de espera nos locais de prestação de serviços
de Saúde, Assistência e Previdência do Município. São Projetos de Lei que não
têm sentido, que não têm necessidade.
E
pela análise de um filósofo que andou estudando os milhões de leis que existem
no mundo, diz que, somadas todas, ainda não superaram os dez mandamentos da Lei
de Deus. Eu acho que nós tínhamos de fazer menos leis, e leis mais
responsáveis, mais sérias. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.
(Pausa.) Ausente. A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a
Pauta.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, saúdo os porto-alegrenses que acompanham os trabalhos da nossa
Câmara, mais uma vez, sejam todos bem-vindos! Dentre todos os Projetos que
estão tramitando nesta Casa, que inclusive já foram foco de várias discussões,
vou destacar um importante Projeto do Executivo, uma importante proposta da
Prefeitura de Porto Alegre, encaminhada a esta Casa, e é sobre ele que vou me
debruçar nestes poucos minutos. É um Projeto que, primeiro, busca atualizar
algumas legislações já existentes no nosso Município, referentes ao IPTU e à
taxa de coleta de lixo. É importante o Projeto, porque ele propõe benefícios
para incentivar a construção e a regularização de habitações populares em nossa
Cidade. E todos nós sabemos que a questão da habitação popular é uma questão
prioritária para nós que queremos saldar essa dívida social que herdamos.
Então, o documento propõe esses benefícios e também procura unificar alíquotas
territoriais para cada região fiscal. Os ajustes propostos pelo Projeto enviado
pela Prefeitura visam aprimorar a legislação do Município com base,
principalmente, em recentes decisões do Judiciário em áreas tributárias, também
gerando uma maior transparência e uma maior operacionalidade nos processos de
arrecadação da nossa Prefeitura. Reafirmamos, e já colocamos isso outra vez,
mas está bem explícito no Projeto, que não há, no teor do Projeto, nada
referente à questão de aumento de impostos. Ele não propõe aumento de impostos,
nem direto, nem indireto. Inclusive, o Executivo teve o cuidado de colocar um
artigo específico no Projeto que impede o acréscimo de impostos.
Eu
destaco, entre vários benefícios deste Projeto, o benefício referente ao
incentivo, à construção e à regularização das habitações populares, aos
conjuntos habitacionais construídos através da Caixa Econômica Federal - para
esses, inclusive, há a garantia de que não serão taxados no período da sua
construção, não havendo, nesse período, nem cobrança do IPTU e nem da Taxa de
Lixo. O Projeto acaba com a cobrança do IPTU em áreas utilizadas para a
produção rural. Os Vereadores que estão aqui há mais tempo acompanharam o que
foi o problema gerado pelas legislações para a área rural da nossa cidade.
Então, agora, a Prefeitura de Porto Alegre manda para a Câmara uma proposta para
ser votada, para acabar com o IPTU nas áreas de utilização da produção rural da
nossa cidade, retornando àquilo que era uma aspiração, uma demanda, uma luta
dos proprietários rurais do nosso Município, retornando ao IPR - Imposto sobre
Propriedade Rural -, que é mais barato e leva em consideração as
características das nossas regiões, em especial da Região Sul, que é uma região
da nossa Cidade que tem uma histórica ligação com a produção rural, em especial
com a fruticultura.
Então,
eu acho que é um Projeto extremamente importante do ponto de vista social,
beneficia uma região da cidade que precisa de desenvolvimento, tem uma
preocupação com os pequenos agricultores da nossa cidade e atende a uma velha
reivindicação desse setor, que havia sido prejudicado, considerando que estava
sendo cobrado o IPTU sobre as suas áreas, que é um imposto mais alto do que o
imposto sobre a área territorial rural. O IPTU é mais elevado, o Imposto sobre
a Propriedade Rural é mais baixo, e esta Lei, portanto, beneficiará cobrando o
imposto mais baixo dos nossos produtores.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ERVINO BESSON:
Estimado Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores e Vereadoras, senhoras e
senhores que nos acompanham nas galerias e no Canal 16 da TVCâmara, eu queria
saudar a todos. Verª Clênia Maranhão, é importante este Projeto do Executivo
Municipal, que está na primeira sessão de Pauta. Acho que V. Exª se recorda muito bem, e também os nobres
Vereadores, quando nós discutimos, aqui, nesta Casa, a isenção total do IPTU.
No início, eu fui contrário, e defendi sempre essa taxa. E vejo, agora, que o
Executivo Municipal está mandando esse Projeto para a Casa, para que nós possamos
abrir essa discussão. É importante esse Projeto! Chegou numa hora oportuna,
acho que todos nós queremos, sim, ajudar os nossos produtores; e o Executivo
Municipal também está voltado a ajudar a nossa área produtiva. Inclusive, há
poucos dias, meu caro Presidente, o Prefeito Municipal participou - não sei se
entregou a totalidade - da entrega de três mil mudas de árvores frutíferas,
incentivando os nossos produtores. Bela iniciativa! Bela iniciativa!
Recuperando a imagem, recuperando a área produtiva. Importante Projeto!
Importante Projeto, meus queridos colegas, Vereadores e Vereadoras, porque
temos muitos assuntos para discutir sobre este Projeto. Tenho certeza de que
este Projeto trará, sim, um grande benefício aos nossos produtores. Parabéns ao
Governo Municipal!
Um
outro Projeto sobre o qual eu queria dar a minha opinião... Ontem, eu critiquei
um Projeto do Ver. Aldacir Oliboni - o nosso querido Aldacir Oliboni - a
respeito daquele Projeto que estava na Ordem do Dia para nós discutirmos e
votarmos, e depois, inteligentemente o Ver. Aldacir Oliboni retirou o Projeto,
adiou por algumas Sessões.
Meu
caro Ver. Sebenelo, porque o Projeto dele tenta proibir a venda de bebidas a
150 metros da Orla do Guaíba... Enfim, que estejam em garrafas de vidro e outros...
Acho que nem temos competência para isso. Vamos entrar numa área da economia,
que não cabe a nós, Vereadores. Esses bares, por exemplo, essas churrascarias,
o próprio Gigante da Beira-Rio e tantos outros que há ali na beira não poderiam
vender uma garrafa de vinho, porque está em garrafa de vidro. Eu acho que não
cabe. E já disse ainda ontem, e o Ver. Oliboni, naquele momento, achou que eu
fui duro. Não foi isso. Mas acho que não cabe a nós, Vereadores... Ele retirou
o Projeto, adiou o Projeto. Se quisermos criar um Projeto de Lei para cada
problema, para regulamentar ou educar as pessoas, eu acho que não é o caminho.
O Projeto está retirado, foi adiado, enfim...
Agora
eu quero elogiar um Projeto de autoria do Ver. Aldacir Oliboni que está em 1ª
Sessão de Pauta; um Projeto coerente. O que é que quer o Ver. Aldacir Oliboni?
Estabelece critérios para a formação de fila de espera nos locais de prestação
de serviços de Saúde, Assistência e Previdência no Município de Porto Alegre.
Muito belo o Projeto! Vamos discutir este Projeto. É oportuno. Eu sou daqueles
que acham que o nosso povo já é, por natureza, muito sofredor. Mas ficar numa
fila ainda, ter que esperar horas, no sol, não tem como sentar. Muitas vezes as
pessoas ficam mais doentes no momento em que chegam na fila, pela situação. É
um sacrifício ficar uma, duas, três, quatro horas numa fila. Ora, é um
sacrifício que o nosso povo não merece!
O
Sr. Haroldo de Souza: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Querido Vereador - como V. Exª
gosta de se dirigir aos Vereadores -, hoje em dia não existe fila do
INSS?
O
SR. ERVINO BESSON: Existem
horas de fila.
O
Sr. Haroldo de Souza: Ele
quer organizar a fila? Foi isso que eu entendi. Vamos organizar a fila! Que
legal! Está bem.
O
SR. ERVINO BESSON: Na
Otto Niemeyer, por exemplo, tem um posto do INSS, onde às 5h, às 6 horas da
manhã as pessoas estão na fila. Ficam duas, três, quatro horas na fila, no sol,
na chuva, não tem onde a pessoa se proteger. É importante o Projeto do Ver.
Aldacir Oliboni. Critiquei um Projeto do Ver. Aldacir Oliboni ontem. E hoje,
por questão de coerência, quero elogiar esse Projeto que está em 1ª Sessão de
Pauta. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Ver. Ervino Besson. O Ver. Valdir Caetano está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. VALDIR CAETANO: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu
fiquei surpreso na tarde de ontem. Eu sei que não deveria usar a tribuna para
discutir esse tipo de assunto, mas eu faço isso até mesmo porque eu vejo que o
povo gaúcho não merece o que está acontecendo para a disputa do Palácio
Piratini.
Eu
acho muito importantes os debates, a discussão das idéias, mas que
venha a ficar neste plano do que pretende fazer o representante do Partido dos
Trabalhadores, do que pretende fazer a Governadora Yeda do PSDB e as suas
coligações. Agora, Sr. Presidente, é lamentável nos depararmos com carros de
som dentro das vilas onde a pessoa, usando o microfone, Vereador, diz que
“gaúcho que é gaúcho vota em gaúcho”. É impressionante ver a que ponto, e
porque não dizer, a que baixaria, porque não tem o que dizer da candidata,
então vêm tratar da questão da naturalidade da candidata Yeda. Eu pergunto,
Ver. Haroldo de Souza: e na questão presidencial, como vão fazer os gaúchos?
Anular o voto? Pelo que eu sei, o Lula não é gaúcho, o Alckmin também não é
gaúcho; já que gaúcho vota em gaúcho, então, para Presidente, teremos que
anular o voto!
Bem lembrado pelo Ver. Brasinha: temos 36
Vereadores, e destes, seis não são gaúchos, inclusive eu: o Ver Luiz Braz, o
Ver Haroldo de Souza, a Verª Clênia Maranhão...
Nós tivemos um Prefeito, João Verle, que também não
é gaúcho, então não entendo como é que fica essa situação: são dois pesos e
duas medidas. Quando o candidato a Prefeito era do Partido dos Trabalhadores,
ele pode ser Prefeito não sendo gaúcho; agora, quando se trata de um outro
Partido, ou de uma outra candidata, não pode ser, tem que votar no que seja
gaúcho. É uma situação difícil, é uma coisa baixa! Eu acredito que o Partido
dos Trabalhadores não tem necessidade, sinceramente, de apelar para este tipo
de coisa: dizer que “gaúcho que é gaúcho vota em gaúcho”, para tentar tirar as
pessoas que acreditam no novo jeito de governar da... (Pausa.)
Bem lembrado, agradeço ao nosso amigo Vereador:
Brizola, gaúcho, governou São Sebastião do Rio de Janeiro por duas vezes! Qual
é o problema? Foi, sim, sem dúvida nenhuma, um bom governo no Rio de Janeiro.
Então, não acredito, Ver. Braz, que a questão de ser ou não ser gaúcho... O
povo gaúcho não tem esse tipo de preconceito, ele já mostrou que não tem esse
tipo de coisa. O que o povo quer é que se faça um bom governo, seja ele
paulista, carioca, gaúcho, seja de onde for, mas que venha a fazer um bom
governo. Lamento, porque o Partido dos Trabalhadores não precisa apelar para
esse tipo de coisa numa disputa para o Governo do Estado, usando carros com som
nas vilas dizendo: “Gaúcho que é gaúcho, vota em gaúcho”. Esse tipo de coisa é
baixaria! Um novo jeito de governar, e não essa maneira suja, porca, como tem
sido através dos anos. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, é pena que a Bancada do Partido dos Trabalhadores
não se encontra neste momento numa Reunião comum, ordinária, do Plenário da
Câmara de Vereadores.
Eu estou encantado com o Projeto do Ver. Alceu
Brasinha, que pede providências à SMAM no sentido de que sejam inseridos nas
nossas praças equipamentos para crianças deficientes. As nossas crianças
especiais sofrem todas as discriminações possíveis, inclusive na hora do lazer,
na hora do brinquedo; as crianças surdas, as crianças cegas, as crianças que
têm limitação de movimentos por qualquer outra questão necessitam de aparelhos
especiais. E aí, então, nós nos apercebemos que a acessibilidade da criança ao
brinquedo é fundamental, porque brinquedo para a criança, além de lúdico e além
de ser uma celebração da alegria, é também uma forma de manifestação e uma
forma de crescimento das crianças. Por isso eu acho que este é talvez um dos Projetos
mais comoventes que nós tivemos, porque aquelas crianças chamadas especiais que
têm qualquer deficiência, são impedidas, para elas a vida é um não, é um
redondo não, essas crianças passam a apagar esse não e ter um redondo sim, um
sim à vida, sim, ao brinquedo, sim, à integração; não, à discriminação.
Esse é um Projeto importantíssimo, e nós temos que
trazer para ele, Ver. Alceu Brasinha, psicólogos, pedagogos, pessoas que tenham
essa compreensão e essa visão maior do quanto uma criança - com essa
dificuldade - passa a ter um novo mundo, uma nova descoberta da vida, quando
começa a galgar aqueles postos e a ter todos os privilégios das crianças que
são normais, na medida em que a nossa vida se adapta a elas; e nós, ao nos
adaptarmos a elas, nós temos uma atitude não só de compreensão, mas uma atitude
continente de um problema que é só dessa criança e que passa a ser nosso
também. E no momento em que o problema passa a ser nosso também, haver essa
divisão do problema, ele fica muito mais leve para a criança e, principalmente,
ele fica muito mais fácil de ser ultrapassado, na media em que além do
equipamento, nós geramos uma cultura em volta das crianças especiais, como isso
tem sido feito. E com uma surpresa fantástica à resposta dessas crianças a tantas
outras medidas, como a musicoterapia, como, por exemplo, a forma saudável de
ser encarada. Inclusive eu não sei se V. Exª
tem presenciado, mas, nessa novela Páginas da Vida, há um debate sobre
crianças com Síndrome de Down e sendo a Síndrome de Down, as crianças
portadoras passam a ser crianças especiais, elas passam não só a serem
debatidas, discutidas, mas passam a ser encaradas culturalmente como algo que
deva ser investido, como alguma coisa que nós podemos vencer, que a criança
pode vencer, na novela Páginas da Vida,
e que forma, junto com a sociedade, um contexto muito mais sólido, muito mais
compreensivo, muito mais importante, e, por fim, extremamente amoroso com essas
crianças.
Meus parabéns, Ver. Alceu Brasinha, pelo seu
brilhante Projeto! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Ver. Claudio Sebenelo. O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para
discutir a Pauta.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN:
Exmo. Sr. Presidente, nobres Vereadores, sobre o Projeto do nosso colega Ver.
Aldacir Oliboni, em que ele deseja estabelecer critérios para a formação de
fila na espera de prestação de saúde, assistência e previdência do INSS, estive
comentando com o Ver. Ervino Besson que, de minha parte, vou apresentar uma Emenda
proibindo ter filas no INSS. Acho que é mais importante isso do que nós
querermos traduzir em leis a formação de filas, quando a obrigação é não termos
filas. Mas, tudo bem, as propostas demagógicas são feitas para colher outros
frutos, não somente um trabalho digno. Quer dizer, vamos criar uma lei, vamos
institucionalizar as filas! Mas, tudo bem, tem autoria para tudo.
Sobre
o Projeto Complementar do Executivo, estive analisando, acho oportuna a
readequação da cobrança de impostos, porque tudo aquilo que se estabiliza no
tempo - principalmente neste mundo moderno, nesta modernidade de crescimento
rápido, de mudanças rápidas -, tudo que fica parado, tende a se tornar, não
digo incompetente, mas não estará acompanhando o dinamismo que se precisa.
Então,
esse é um ponto positivo em que nós temos oportunidade de acompanhar essas
alterações propostas pelo Executivo, aprimorarmos mais essa Lei Complementar do
Executivo.
Uma
das propostas que mais me chamou a atenção foi a isenção do IPTU para
empreendimentos que tenham empréstimo da Caixa Econômica Federal, que eu vejo
não estar aqui contemplada nem nas modificações, nem na Lei antiga, Ver. Ervino
Besson, sobre as cooperativas legalmente constituídas, que é um trabalho de
união, de cooperados que somam esforços próprios, sem a ajuda do Poder Público,
ou seja, buscando numa democracia autêntica a conquista do seu lar.
Eu
acharia de uma razoabilidade, nessas isenções que nós temos no Município de
Porto Alegre, que as cooperativas legalmente constituídas fossem contempladas.
A partir da aquisição do terreno, em que é necessário ter as negativas, os
impostos todos pagos em dia, até o momento em que sejam construídas as
moradias, também se deveria isentar os cooperativados, a cooperativa, do
pagamento do IPTU, como um incentivo a mais nessa busca constante que nós temos
que ter, como responsáveis das políticas públicas da nossa Cidade.
É
uma utopia nós acabarmos com o déficit habitacional, mas é preciso termos
políticas concretas, políticas sérias, para dar um lar digno para as nossas
famílias de Porto Alegre poderem viver, poderem se unir, poderem ter o
progresso individual, a auto-estima suficiente para enfrentar as agruras da
vida.
Temos
outras coisas também, como o Ver. Antonio Dib comentou: havia isenção para o
pensionista, para o aposentado, para o inativo que recebesse menos de três
salários mínimos. E a proposta do Governo, hoje, acrescenta mais uma exigência,
qual seja, além de receber menos de três salários mínimos, que o bem não passe
de 106 mil reais. Então aí eu acredito que teremos que aumentar esse limite, ou
estudarmos com carinho, porque vai fazer com que muitas pensionistas
aposentadas, muito sofridas no Brasil de hoje, não tenham condições de pagar o
IPTU, numa política que consiste em dar tudo para os anistiados políticos e
tirar tudo dos coitados dos aposentados, dos inativos, e dessas pessoas que
precisam fazer de tudo para terem um final de vida feliz.
Sr. Presidente, entre outros Projetos também,
seriam essas as minhas considerações. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver. Ismael Heinen.
Encerrada
a discussão de Pauta. Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos
da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h48min.)
*
* * * *